Fiquei com a sensação de que um dia já ouvira aquela voz.
- Você desgraçou-me a vida com a sua parvoíce. – Foi esta a primeira frase que me foi dita naquela chamada telefónica.
- Mas quem fala? – Questionei para com o desenrolar de mais conversa chegar à conclusão de quem era aquele homem que me falava assim tão rispidamente.
- Se eu lhe disser que a minha mulher acaba de me abandonar e que tive de apresentar a demissão do meu cargo altamente remuneratório na companhia onde trabalhei tantos anos tudo por causa de uma maldita história em que estivemos envolvidos que você resolveu publicar no seu estúpido blog, já é capaz de ficar a saber de quem se trata, ou não?-
Agora sim, bastaram mais estas palavras para que o enigma se revelasse por completo. Nem queria acreditar na consequência de uma história que eu tinha vivido há mais de dez anos.
- Já sei quem é o senhor e não quero saber da sua história. Passe bem. -
Surpreso, deixei-me cair devagar no sofá da sala ao mesmo que o meu cérebro foi invadido por aquelas memórias depois de me desligar do meu inesperado interlocutor.
De maneira diferente que as vezes anteriores, estranhei agora aquele seu compasso de espera quando após o salto dado, um “air en l”estendidos sobre o chão do palco ele não fez questão em prosseguir o ensaio. Enquanto eu não me conseguia libertar daquela posição de barriga para baixo com ele deitado por cima de mim. Beijou-me docemente o pescoço. Sobre as minhas nádegas senti a pressão e o volume do seu membro que agora apresentava proporções diferentes para o que era habitual. Ele estava excitado e eu vivia um nervoso miudinho. A sua mão direita agarrava e puxava para baixo o fecho eclair do nosso fato macacão regata especial. Começávamos a ficar despidos, apenas mantínhamos os curtos e justos slipes vestidos. Para que ele conseguisse retirar a totalidade do fato teve que também descalçar as sapatilhas de modo a que as perneiras pudessem sair pelos pés. De seguida retirou também os slipes dos dois. Já não havia duvidas quanto aos seus propósitos. Senti os seus lábios descerem pelas minhas costas até que a sua língua começou a lamber-me o cuzinho por breves instantes e até que ele ficasse razoavelmente lubrificado. Voltou a subir até ao meu pescoço. Supliquei-lhe baixinho sem grande convicção:
- Não Jorge, pára por favor, pensa no Vasco. – Este era o seu namorado actual e que era simultaneamente nosso e meu amigo também.
- Esquece agora o Vasco. – Respondeu-me.
Não tive tempo para mais e também o desejo não me permitia que controlasse a situação. As suas próprias pernas forçaram a abertura das minhas e praticamente apenas com uma única estocada o meu cuzinho foi perfurado totalmente por aquele bacamarte. Dei um grito pouco contido de dor e senti também um intenso prazer. Passados breves instantes fomos forçados a interromper a nossa acção perante o ruído de aproximação dos nossos colegas que chegavam com algum alarido, entre eles o próprio Vasco, Acontecia sempre meia hora depois de nós iniciarmos os nossos ensaios como estavam planeados. Vestimo-nos de novo rapidamente enquanto pude verificar que o chão do palco apresentava vestígios do meu liquido derramado onde segundos antes assentara o meu pénis.
O nosso coreógrafo para além de ser um gay muito vivido, era também um vanguardista com uma certa dose de loucura, de uma enorme criatividade e um profissional exigente e rigoroso. Em razão desses atributos, a nossa companhia era bastante solicitada para vários tipos de digressões apresentando periodicamente bailados completamente originais quase sempre bastante aplaudidos. Um dia fomos uma vez mais surpreendidos por outra das suas ideias com vista a uma coreografia para início da nova temporada. Em reunião começou por nos explicar a história que desejava transmitir no bailado que começaríamos a ensaiar no dia seguinte.
- “Meninas e meninos, não fiquem escandalizados com aquilo que imaginei para o nosso próximo espectáculo, pretendo apenas chocar o público e fazê-lo reflectir acerca dos novos tempos.” – Ouvimo-lo como sempre com atenção ao mesmo tempo que nos espantava.
Numa pacata vila conservadora, dois rapazes viviam entre eles uma forte paixão condenada e perseguida por uma franja muito minoritária, reaccionária, xenófoba, homofóbica e fascista da população local. No entanto, aquele amor resistia às gentes ordinárias da vila, pura e simplesmente desprezando-as apesar das provocações sérias de que eram alvo até ao dia que ocorreu o drama. Uma noite, os dois rapazes foram barbaramente torturados até à morte. O seu funeral organizado em conjunto pelas suas famílias resultou numa espontânea, comovida e grande manifestação de revolta e que resultou na proposta exigida pelos populares para que na rua onde ambos foram assassinados fosse erguido um pequeno e simples monumento evocando os seus nomes, as razões da sua morte e a condenação dos seus autores. Como que um apelo à igualdade entre os homens.
Esta era em suma a sinopse que nos foi relatada pelo nosso coreógrafo. Depois, com as suas indicações precisas todos pusemos com entusiasmo como sempre o fizéramos, “ corpo à obra”. A coreografia imaginada compunha-se por dois bailarinos solistas, os rapazes apaixonados, seis outros que eram os maus da vila, e por mais vinte e dois rapazes e raparigas que representavam o restante da população com papéis diversificados. O Jorge era considerado o melhor bailarino da companhia. Estava no auge da sua carreira e, não apanhou ninguém de surpresa o facto de ele ter sido escolhido para representar o papel principal da história. Em termos técnicos de bailado nada havia até agora sido feito que se parecesse com o que lhe era exigido. As capacidades físicas para aquele desempenho eram extremamente exigentes e até violentas. O Jorge teria sempre que dançar suportando o peso de outro bailarino, aquele que na história era o seu apaixonado. O nosso coreografo, para espanto de todos, criou em relação ao conjunto dos dois bailarinos uma figura singular e estranha. Os dois em palco teriam que aparentar um único corpo com duas cabeças. Para o efeito foi desenhado um macacão regata especial e resistente em peça única que serviria para vestir em conjunto dentro dele os dois protagonistas principais. O Jorge seria o bailarino que conduziria todos os movimentos transportando consigo o seu companheiro que dentro do fato ficaria de costas voltadas para ele com estas encostadas ao seu peito. Para completar esta figura sui-generis fui o elemento designado pelo simples facto de ser o mais leve da companhia. Não imaginava o trabalho que iria ter daqui para a frente mas que por outro lado muito haveria de me recompensar.
O plano de produção do espectáculo já havia arrancado. A sua estreia estava prevista para dali a três meses mas, dentro de 45 dias teria que ser feita uma apresentação visual do bailado à Administração da Companhia dada a originalidade do mesmo. Por agora começavam de imediato os ensaios. No que respeita aos mesmos e devido do nosso trabalho, eu e o Jorge ensaiávamos muitas vezes sozinhos e algumas na presença do nosso coreógrafo. Todos os movimentos mais complicados eram praticados a sós e até à exaustão para mais tarde o coreógrafo verificar se estavam a ser executados correctamente.
A primeira vez que os dois tivemos que vestir o macacão na presença dos restantes bailarinos a risada foi completa. Maliciosamente fomos escutando algumas “bocas” do tipo “Ai que ele vai dançar sempre empurrado” ou “Cuidado com a pressão exercida o macacão pode não aguentar e rebentar”. Até o Vasco, o namorado do Jorge, não dispensou a sua graça dizendo, “Oh querido, enquanto isto durar vou ter que te colocar aí à frente uma armadura apropriada por causa das tentações”, o que me levou a dizer-lhe para que não se preocupasse com isso porque eu não queria homens de outros. A risada completa, incluindo a minha própria, pois todos sabiam que sexualmente eu era muito activo, frequentemente aparecia e apresentava-lhes os meus novos e variados amantes de ocasião, muitos destes até comprometidos com outros parceiros tanto com homens como com mulheres. Alguns eram mesmo casados.
Certo é que tudo correu normalmente no princípio. Eu e o Jorge trabalhámos concentrados e arduamente para que tudo saísse perfeito e assim aquela figura resultasse em cena e com sucesso. A tarefa não era nada fácil sobretudo em alguns passos que, já por si são difíceis de executar a solo imagine-se agora por dois corpos presos um ao outro. A situação era mais complicada quando tínhamos que fazer o“Pas couru-corrido (três passos corridos seguido do passo trampolim para pular) ou, o “Pas de cheval”, (raspar a ponta do pé esticado no chão, pulando graciosamente e mudando de perna). Após muitas tentativas chegou-se à conclusão que melhor seria eu não estar calçado para apoiar os meus pés sobre o peito dos pés do Jorge que seria o único a calçar sapatilhas. Teve então que ser feita uma nova adaptação ao macacão com vista a esconder os pés de ambos. Com muita aplicação a pouco e pouco íamos conseguindo encontrar todas as soluções e que eram entusiasticamente aplaudidas pelo nosso coreógrafo e colegas após cada demonstração o que para nós era muito gratificante depois do intenso trabalho feito em conjunto.
Apesar da proximidade e do contacto dos nossos corpos nus apenas com slipes e cobertos em conjunto pelo macacão, nunca existiu de parte a parte outras intenções que não fossem apenas as de executar com entusiasmo o nosso trabalho. Tudo correu com normalidade e com espírito profissional até ao inicio daquela tarde.
Foi pois perante a minha surpresa mas, também com enorme agrado apesar do meu constrangimento inicial que, inesperadamente a meio daquele ensaio tenha sido penetrado pelo Jorge em cima do palco. A partir daí tudo começou a desenrolar-se de maneira substancialmente diferente sem contudo alguém da companhia entre bailarinos, coreógrafo e o companheiro do Jorge, o Vasco, se apercebessem de que existia algo mais suspeito entre nós os dois. Não sei mesmo que justificação o Jorge terá dado ao Vasco para que naquele dia em que tudo começou, eles não estivessem juntos à noite quer em casa de um ou do outro. Depois de muita insistência da sua parte devido aos meus receios fundamentados em relação à amizade que eu nutria pelo Vasco e pelas consequências que daí poderiam advir, uma vez mais não resisti à sua insistente solicitação de o receber no meu apartamento nessa mesma noite acabando ambos por adormecer juntos já muito de madrugada, como de uma “Lua de Mel” se tratasse e depois de tanta agitação sexual. O Jorge não era apenas forte e resistente profissionalmente. Também em termos sexuais fisicamente ele tinha uma capacidade fora do normal entre muitos que eu já havia conhecido. Supliquei-lhe nessa noite vezes sem conta para que se contivesse argumentando até mesmo com as nossas debilidades físicas para o trabalho do dia seguinte. Era a mesma coisa que não lhe dizer nada, para o Jorge parecia que o mundo terminaria naquele dia tal a sua fogosidade em me possuir. Horas depois eu parecia um “farrapo”, imensamente satisfeito mas muito debilitado em especial, apesar da minha experiência, nas bordas do meu cuzinho que foram alvo de tanto “amasso” e esfrega por parte daquele caralho irrequieto, enorme e sempre muito rijo. O Jorge era muito forte, muito competente e muito dedicado em todos os aspectos, não restavam dúvidas.
No dia seguinte, tal como previra o nosso rendimento no trabalho reflectiu-se significativamente, no entanto ninguém se apercebeu da situação. As nossas relações diante de todos os outros foram sempre bastante discretas, apenas eu, quando perante o casal Jorge/Vasco, vivia um nervoso miudinho que me condicionava na maneira como olhava para o Vasco mas que ele nunca percebeu.
Durante os dias seguintes tudo se desenrolou com a normalidade habitual exceptuando aqueles momentos que estava a sós com o Jorge. Aproveitámo-los para nos entregarmos loucamente um ao outro dado que estávamos pouco tempo juntos e muito raramente conseguíamos ter a oportunidade de voltar a dormir juntos em minha casa evitando assim as desconfianças que poderiam surgir por parte do seu namorado. Na maioria das vezes aconchegávamo-nos na sala de ensaios ou nos nossos camarins sem a descontracção que se exigia. Mantínhamos relações sexuais rápidas e limitadas sobretudo aos apalpões, carícias, beijos e sexo oral. Sempre que estávamos, mais à vontade com tempo e mais descansados, conseguíamos então ser afoitos ao ponto de haver sexo com penetração sobretudo quando após os exercícios de aquecimento vestidos com o macacão. Depois daquela nossa primeira relação que aconteceu no palco nunca mais usamos os slipes por dentro do macacão, ensaiávamos sempre nus sentindo agradavelmente o contacto entre as minhas nádegas e a sua zona pélvica. Este pormenor possibilitava de quando em vez, mesmo por debaixo do macacão e antes de iniciarmos o ensaio que o Jorge aproveitasse a situação para me enrabar um pouco mais à vontade pois, com a eventual chegada repentina de alguém, parando de imediato a nossa relação, evitaríamos a sua desconfiança. A tal ponto que uma vez o Jorge fez-me uma proposta completamente louca, queria num dos ensaios de conjunto com a totalidade dos bailarinos, fazê-lo com o caralho dele dentro do meu cu. Recusei achando aquilo demasiadamente doido mas, o Jorge que era de ideias fixas e teimoso, tanto insistiu até que um dia, num momento de maior “fraqueza” minha, minutos antes de começarmos a ensaiar, conseguiu excitar-se dentro do macacão na presença de todos. Fez com que ambos discretamente em pé movimentássemos os nossos corpos com alguma dificuldade até conseguir a penetração muito desejada. O meu coração batia acelerado. Eu temia que a excitação me fizesse esporrar manchando o macacão à frente criando assim uma mancha visível a qualquer pessoa que olhasse para aquela zona. Felizmente nunca o meu caralho enrijece quando estou a ser penetrado, toda a minha tesão fica concentrada no cuzinho porque, caso contrário, o volume natural ali mais acentuado dentro do macacão não passaria despercebido aos olhares curiosos. Valeu que a ideia do Jorge não foi possível manter durante por muito mais tempo apesar do gozo que estava a proporcionar aos dois. Graças à nossa concentração nos movimentos do bailado, aos passos e aos saltos que tínhamos que executar, para alívio meu, ele não conseguiu manter a erecção suficiente para que o seu pénis estivesse sempre aconchegado dentro de mim. Logo num dos nossos movimentos um pouco mais acentuados o seu caralho foi como que ejectado soltando-me sem que fosse possível fazer nova penetração. Disse-lhe baixinho:
- Bem-feito que é para não seres teimoso.
- Mais um pouco e esporrava-me completamente para dentro desse cu – Segredou-me ao ouvido.
Como eu já previra, a sua ideia era impraticável, ele próprio chegou a esta conclusão e não mais fez tal proposta. Valeu a experiência que criou uma certa adrenalina.
Os dias passavam e a nossa euforia era evidente não só pela felicidade alimentada pelo desenrolar desta nossa relação e as suas aventuras mas, igualmente pela proximidade da data de apresentação do bailado à administração da Companhia. Tecnicamente tudo estava quase perfeito, muito graças à persistência do nosso coreógrafo e à nossa entrega e profissionalismo dedicados ao projecto. Agora aperfeiçoávamos apenas alguns pormenores. A presença muitas vezes de um dos principais administradores na sala durante os nossos ensaios indiciava a garantia do aplauso do espectáculo pela totalidade da administração pois caso contrário não seriam aprovados os custos do orçamento relativos à construção de toda a cenografia que era rica, tanto em termos de adereços quer sobretudo nas projecções de vídeo extremamente espectaculares produzidos especialmente para o efeito.
Tudo corria tão bem que foi possível, por proposta desse mesmo administrador e em consonância com o nosso coreografo, a concessão de dois dias seguidos de folga uma semana antes da apresentação final do bailado.
O Jorge decidiu, para desanimo meu e do próprio Vasco, ir à terra visitar os pais. Ao seu namorado disse-lhe que só regressaria de manhã do próprio dia do reinício dos trabalhos, ficaria portanto duas noites fora e a mim prometeu o seu regresso na última noite dos dois dias de folga e que a passaria comigo. Aproveitei também o meu primeiro dia de descanso para ir ao cinema e sobretudo para descansar em casa dedicando muitas horas à leitura, ultimamente muito esquecida, em cima da mesa-de-cabeceira do meu quarto. No dia seguinte esperei ansiosamente pela chegada do meu querido amante para uma noite que eu queria muito romântica e sexualmente muito activa. O Jorge acabou por chegar a minha casa bastante mais tarde do que era previsível. Era praticamente meia-noite. Já não foi possível jantarmos em conjunto à luz das velas como eu planeara. Mal entrou disse-me que estava exausto devido à viagem e que se queria deitar para descansar e dormir. Tomou um duche e deitou-se na minha cama nu e de barriga para baixo com a face de lado e cerrando de imediato os olhos. Deitei-me com ele. Dirigi-lhe alguns mimos do tipo, “coitadinho o meu bebé está muito cansado”. Admirei a totalidade do seu corpo nu. Estava lindo. Pedi-lhe para lhe beijar as costas. Com o seu consentimento trepei suavemente para cima dele. A sua pele era de uma suavidade impressionante sobretudo nas nádegas. Os meus lábios acariciaram-lhe as orelhas e o pescoço, as faces da minha cara esfregaram as suas costas, o peito dos meus pés apoiaram-se na planta dos dele e o meu caralho assentou sobre o seu rabo tão apetitoso e macio. Ele não se mexia, fazia que dormia, o meu corpo esfregava-o docemente enquanto se mantinha o silêncio e a minha excitação aumentava ao ponto do meu caralho entesar totalmente. Fui invadido por um desejo nada habitual. Apenas uma única vez, aquando da minha primeira relação homossexual e quando só tinha 16 anos, havia penetrado outro rapaz numa relação inocente sobretudo da minha parte e própria da curiosidade sexual da adolescência. Nunca mais voltou a acontecer. Quando despertei para as minhas opções sexuais fui sempre o elemento penetrado nas relações. Estava agora a viver um momento único, desejava enrabar este meu novo amante. Ajeitei-me de forma a colocar o meu caralho entre as coxas do Jorge e muito próximo do seu ânus. Com as minhas pernas forcei a abertura ligeira das dele. Não encontrei qualquer resistência. Mantinha-se passivo. Depois de uma pequena procura tive a sensação que a cabeça do meu caralho havia encontrado o orifício do seu cuzinho. Devagar forcei a entrada. Finalmente ele reagiu perguntando-me:
- O quê que queres?
- Quero amar-te, querido – disse-lhe baixinho.
Prossegui com a minha investida. Devido à fraca lubrificação sentia alguma dificuldade em o penetrar. Creio que ele também não se descontraíra o suficiente e que era bem apertado. No entanto e graças à minha vontade e à rigidez forte do meu pénis naquela altura, abri-lhe ainda mais as pernas e forcei. Nesse momento ele soltou um grito de dor quando a cabeça do meu caralho finalmente penetrou as suas entranhas. Perante a sua aflição recuei e pedi-lhe desculpa. Por breves segundos deixei-o aliviado para, pouco tempo depois, tentar entrar suavemente. Desta feita já não o ouvi gritar mas apenas gemer com algum prazer. A pouco e pouco fui penetrando cada vez mais até chegar ao fundo. Ficamos assim por alguns instantes enquanto o beijava no corpo. Trocávamos alguns mimos com frases curtas. Estávamos a viver um momento raro e belo. Continuei a foder com suaves investidas. O seu apertado cuzinho proporcionava-me sensações únicas sobretudo quando a pele do meu prepúcio recolhia motivado pela acção dos meus movimentos. Fazia pausas regulares com vista a evitar a ejaculação que ameaçava acontecer a cada instante. Queria prolongar aquele momento. O desejo aumentava cada vez mais, desejava fazer crescer a intensidade daquela saborosa foda, solicitei-lhe que se levantasse de forma a ficarmos de joelhos. O meu tesão era agora enorme. Nesta posição podia ver aquilo que nunca consegui nas minhas relações sexuais. Os meus olhos fixaram-se no seu cuzinho e nas investidas do meu caralho e que a cada instante mais se acentuavam. Tal como na combinação dos nossos passos e saltos nas cenas do bailado, também aqui parecia existir uma perfeita sincronização dos movimentos e gemidos soltados por ambos. O meu orgasmo era ameaçador. Voltei a admirar de novo o seu corpo naquela posição denominada de canzana. Subiu a minha excitação quando fixei o meu olhar nos seus pés que se encolhiam conforme a profundidade das minhas penetrações. Aquela imagem de uns pés com os dedos ligeiramente disformes próprios de um bailarino profissional, fez com que eu já não suportasse mais o espasmo que ameaçava chegar nos momentos seguintes. O meu pescoço esticou-se e a minha cabeça ergueu-se para o ar de olhos cerrados na direcção do tecto, os dedos das minhas mãos apertaram como tenazes as bochechas das suas nádegas e depois de um movimento descontrolado que causou a total saída do meu caralho, soltei o primeiro jacto que lhe inundou as bordas daquele cuzinho agora aberto e completamente disponível. Voltei a penetrá-lo de imediato escorregando fácil e totalmente para dentro dele não desperdiçando mais qualquer gota do meu sémen que se armazenou por completo nas suas entranhas. Tive uma das mais prolongadas e intensas esporradelas da minha vida que me levou a uivar de tal forma que não deve ter passado despercebido à vizinhança. Quando acabou as nossas pernas lentamente deslizaram sobre os lençóis voltando a esticar os nossos corpos um sobre o outro tal como havíamos começado. Mantinha-me ainda dentro dele enquanto descomprimia e a pulsação acalmava. Voltei a beijar-lhe o pescoço. Aos poucos o seu cuzinho foi expelindo o meu caralho agora mole. Deixei-me cair de lado saindo de cima dele. A sua boca aproximou-se da minha e as nossas línguas enrolaram-se uma na outra. Apesar de uma maneira diferente afinal eu acabara de gozar tanto como quando era eu o penetrado. Confessei-lhe isso assim como ter sido esta a segunda vez que o fizera na minha vida. Fiquei a saber também que, apesar de acontecer muito raramente, o Vasco também o enrabava. Minutos depois ele acabou por adormecer mantendo a mesma posição e com o rego totalmente humedecido com o meu leite. Exausto, não demorou muito para que eu também cerrasse os olhos e o sono se tornasse profundo. De manhã fui acordado pelo aconchego e as carícias do Jorge. O seu pénis estava erecto e próximo da minha boca. Pedia-me para ser chupado. Brochei-o durante poucos minutos até que ele levantou as minhas pernas apoiando-as nos seus ombros enrabando-me e, encharcando com a sua esporra também as minhas nádegas assim como o meu cuzinho. Eu havia experimentado uma nova sensação enquanto ele se vinha quando as minhas mãos e os meus dedos se molharam também ao passar pelo seu cuzinho ainda completamente humedecido com os meus vestígios ali despejados poucas horas antes. Agora esperava-nos mais uma suave e saborosa esfrega num reconfortante duche. Loucamente os nossos cuzinhos, repletos de esperma que ainda se mantinha, foram ambos lavados com a ajuda das nossas línguas ao mesmo tempo que a água do chuveiro caía quente e agradavelmente sobre os nossos corpos. Estava na hora de regressar aos ensaios para mais um dia difícil e de intenso trabalho quando já só restavam cincos dias para a apresentação do nosso bailado.
Chegou finalmente o momento porque tanto ansiámos e para o qual trabalhámos arduamente. Na data prevista eram praticamente sete da tarde quando toda a Administração da Companhia se sentou na primeira fila da plateia para assistir ao espectáculo e decidir sobre o seu futuro. Nos bastidores era grande a azáfama como se de uma estreia para o público se tratasse. Após o aquecimento e, antes de eu e o Jorge vestirmos o macacão, beijámo-nos com carinho e com os votos de “muita merda”, termo utilizado no mundo artístico e que significa boa sorte e que tudo corra bem-. A execução do nosso trabalho foi simplesmente fantástica. A reacção na plateia, contrastando com a nossa felicidade pelo dever de serviço cumprido, foi estranhamente fria.
Todos perfilados no palco e frente à projecção final, aplaudimos entusiasticamente o nosso coreógrafo sentado ao lado da Administração que fez menção em levantar-se para também nos aplaudir com algumas lágrimas de emoção. Todos os bailarinos concentraram-se nessa noite num restaurante para comemorarmos o sucesso da nossa exibição. Custou-me na hora da despedida que o Vasco tenha ido dormir a casa do Jorge. Quando cheguei ao meu apartamento a tristeza invadiu-me mas acabei por adormecer facilmente na esperança de que proximamente estaríamos de novo envolvidos nos braços um do outro. Na manhã seguinte o nosso coreógrafo reuniu-nos a todos para surpreendentemente nos transmitir a não aprovação do bailado por decisão irreversível da Administração. Ficamos todos estupefactos. Nem queríamos acreditar no que ele muito tristemente nos transmitia ao ponto de nos comunicar também que perante a argumentação da Administração ele não pactuaria com a mesma e como tal já teria apresentado a sua demissão com efeitos imediatos. Era o fim. Em muitos dos nossos rostos escorriam as lágrimas como no meu e quando os meus olhos se cruzaram com os do Jorge reparei que ele mantinha uma certa serenidade. As palavras do coreógrafo foram muito duras de ouvir quando nos transmitiu as palavras proferidas pelo Presidente da instituição:
- A Administração da Companhia, depois de reunir em concelho, e tendo em conta a muito sensata opinião do seu Vice-Presidente, Dr. Armando Sousa, declara lamentavelmente, depois de tanto trabalho dos seus profissionais a quem desde já agradece sensibilizada a sua dedicação e o seu esforço que, não aprova a continuação e a futura exibição deste projecto pois o mesmo, demonstra uma imagem demasiadamente conotada com a causa gay e numa altura em que a mesma tem sido alvo de grande polémica que divide os cidadãos do nosso país, o que por esse facto, pode prejudicar gravemente a reputação e o bom nome da nossa prestigiada Companhia colocando em causa o futuro da mesma.
Nada disto foi escrito mas foi dito por eles directamente ao nosso coreógrafo que nos relatou a decisão. Filhos da puta, e sabíamos nós que a maioria dos membros da Administração eram paneleiros não assumidos, casados e até pais de família.
Eu nem queria acreditar no que ainda tinha que ouvir mais tarde mas desta feita por intermédio do Jorge.
O meu amante preferiu naquele dia não estar mais tempo com nenhum dos companheiros. Justificou a sua ausência com a tristeza que lhe tinha causado a recepção da triste notícia. Ligou-me ao princípio da noite do dia seguinte. Disse que precisava de conversar comigo. Uma hora depois estávamos juntos em minha casa. O seu comportamento denunciava um certo nervosismo. Não parecia o mesmo que estivera comigo nos dias anteriores. Manifestei-lhe essa minha impressão. Começou a falar com um pedido de desculpas pelo que me ia contar.
As suas palavras não paravam de me surpreender. Começou por revelar que as suas relações homossexuais não se limitavam às duas pessoas que eram do meu conhecimento, o Vasco e eu. Disse-me que desde uns meses atrás também mantinha relações com o Dr. Armando Sousa, o Vice-Presidente da companhia e que essa ligação acabou por ser a causa da não aprovação do nosso bailado. Sentia-se assim responsável pelo que aconteceu. Perante a surpresa mantinha-me calado e limitado apenas a escutar e tentar perceber toda a história. Contou-me então como tudo começara. Naqueles dias de folga que a companhia tinha gozado e que, ele dissera ter ido à terra para estar com a família, não correspondeu à verdade. Tudo teria sido diferente. O Dr., tinha-o convidado para estarem os dois juntos num hotel das redondezas pois era a sua grande oportunidade dado que a sua distinta esposa estaria ausente numa viagem de serviço ao estrangeiro. O Dr. fazia muita questão da companhia do Jorge nestes dias visto que nos outros, os encontros entre os dois aconteciam apenas por curtos espaços de tempo em casa do meu amante. Havia agora a oportunidade de uma situação de convívio com muito mais requinte e sossego.
O Jorge foi-me narrando as especificidades daquela relação. O Dr. era um paneleiro masoquista. Apreciava vestir-se, pintar-se e calçar-se de mulher, era um amante do crossdresser, adorava sobretudo ser preso e chicoteado com toda a força, constantes vezes solicitava ao Jorge para que este mijasse para cima dele, pedia também para que ele lhe introduzisse no ânus enormes dildos que o próprio os adquiria nas sex-shops e os levava para casa do Jorge e, ansiava ainda pela realização de um sonho, desejava um dia ver a sua mulher a ser fodida por dois ou três homens na sua presença. Ultimamente até já ia tentando planear um encontro em sua casa para um jantar a três com a esposa, ele e o Jorge mas, ainda não sabia como preparar a mulher e justificar um encontro para que se proporcionasse uma cena destas sem que ela reagisse mal ao ponto de até o seu casamento descambar completamente, situação que não lhe convinha muito perante o seu estatuto, família e amigos chegados. O Jorge demonstrava já um certo cansaço por toda esta bizarria. Não tinha qualquer interesse ou desejo em ter relações sexuais com uma mulher fosse ela mulher do Dr. uma outra qualquer. Ele só gostava de homens. O Jorge acrescentou então à sua confissão, o que mais me surpreendeu, desde há muito que recebia prendas e dinheiro oferecidos pelo Dr. O seu nível de vida reflectia isso mesmo. Casa bem apetrechada, roupas de marca compradas nas melhores lojas e o resto de uma vida desafogada. Apesar de ser o bailarino mais bem pago da companhia a diferença não justificava aquela ostentação. Habituara-se a tudo isso e quanto mais o tempo passava mais difícil se tornava acabar com todas os benefícios que daí advinham. Apesar das vantagens materiais mas, cansado daquela relação sem o mínimo de paixão, o Jorge decidiu colocar um ponto final em tudo e manifestou-o ao seu amante administrador que reagiu de imediato com a ameaça de que tudo faria para acabar com a sua carreira de bailarino naquela companhia e mais, o bailado que preparávamos nunca seria estreado enquanto ele fosse Vice-Presidente. O Jorge ainda pensou ripostar com a ameaça de o denunciar perante os outros administradores e a própria mulher mas acabou por não o fazer procurando não descer tão baixo quanto fizera o Vice-Presidente. Insultou-o simplesmente e definitivamente “deu-lhe com os pés” terminando com aquela relação apesar do preço que viria a pagar pelo seu acto. O resultado deu no que deu. O trabalho de todos foi por água abaixo. O Jorge pediu-me desculpa e também pediu por tudo para que eu nunca contasse fosse a quem fosse qualquer pormenor desta triste história para que assim mais ninguém se sentisse magoado.
Mantive o segredo até aos dias de hoje, passaram vários anos. Deixei de ver o Jorge a partir daquela noite. No dia seguinte despediu-se da companhia sem que qualquer um de nós tivesse de imediato conhecimento. Foi para França trabalhar numa outra companhia. Dias depois, o Vasco, dava-nos as primeiras novidades da nova vida do seu namorado e anunciava-nos que também partiria para se juntar e viver em conjunto com o seu namorado. A partir daí nunca mais soubemos de cada um deles. Desapareceram sem deixar rasto. Só agora na hora da minha retirada de bailarino e, depois de descobrir após uma viagem que fiz a França onde procurei saber deles, resolvi desvendar esta história de romance, sexo e injustiça. Sei que os dois abandonaram o bailado e que viajaram para os Estados Unidos para local incerto. Desprezei para sempre o Dr. Armando Sousa.
Enquanto me recordava desta história toda aqui sentado na sala o telefone voltou a tocar três ou quatro vezes sem que eu atendesse. Que saudades loucas volto a sentir do Jorge agora que recordei tantos e belos momentos. Sinto-me excitado. Estou descalço sentado com os pés sobre o sofá e as pernas cruzadas. Acaricio os meus pezinhos. Baixo os olhos e admiro o meu corpo. Uma das mãos começa a trepar-me. Assusto-me porque toca a campainha. Fico a tremer mas não me mexo. Deve ser ele, não o Jorge, impossível estar cá, está longe. É capaz de ser o Dr. que quer vir tirar satisfações. Tenho medo, até sustenho a respiração e evito barulhos. Decido não ir abrir a porta. E se não é ele? Fico revoltado de pensar no que perco se for uma das minhas habituais visitas com as quais passo excelentes momentos. Agora toca também o telefone. Quem está à porta do prédio e quem está a tentar ligar-me insistentemente? Maldito Dr.