sexta-feira, 8 de abril de 2011

SEM ESTREIA MARCADA


Fiquei com a sensação de que um dia já ouvira aquela voz.


- Você desgraçou-me a vida com a sua parvoíce. – Foi esta a primeira frase que me foi dita naquela chamada telefónica.


- Mas quem fala? – Questionei para com o desenrolar de mais conversa chegar à conclusão de quem era aquele homem que me falava assim tão rispidamente.


- Se eu lhe disser que a minha mulher acaba de me abandonar e que tive de apresentar a demissão do meu cargo altamente remuneratório na companhia onde trabalhei tantos anos tudo por causa de uma maldita história em que estivemos envolvidos que você resolveu publicar no seu estúpido blog, já é capaz de ficar a saber de quem se trata, ou não?-


Agora sim, bastaram mais estas palavras para que o enigma se revelasse por completo. Nem queria acreditar na consequência de uma história que eu tinha vivido há mais de dez anos.


- Já sei quem é o senhor e não quero saber da sua história. Passe bem. -


Surpreso, deixei-me cair devagar no sofá da sala ao mesmo que o meu cérebro foi invadido por aquelas memórias depois de me desligar do meu inesperado interlocutor.



De maneira diferente que as vezes anteriores, estranhei agora aquele seu compasso de espera quando após o salto dado, um “air en l”estendidos sobre o chão do palco ele não fez questão em prosseguir o ensaio. Enquanto eu não me conseguia libertar daquela posição de barriga para baixo com ele deitado por cima de mim. Beijou-me docemente o pescoço. Sobre as minhas nádegas senti a pressão e o volume do seu membro que agora apresentava proporções diferentes para o que era habitual. Ele estava excitado e eu vivia um nervoso miudinho. A sua mão direita agarrava e puxava para baixo o fecho eclair do nosso fato macacão regata especial. Começávamos a ficar despidos, apenas mantínhamos os curtos e justos slipes vestidos. Para que ele conseguisse retirar a totalidade do fato teve que também descalçar as sapatilhas de modo a que as perneiras pudessem sair pelos pés. De seguida retirou também os slipes dos dois. Já não havia duvidas quanto aos seus propósitos. Senti os seus lábios descerem pelas minhas costas até que a sua língua começou a lamber-me o cuzinho por breves instantes e até que ele ficasse razoavelmente lubrificado. Voltou a subir até ao meu pescoço. Supliquei-lhe baixinho sem grande convicção:


- Não Jorge, pára por favor, pensa no Vasco. – Este era o seu namorado actual e que era simultaneamente nosso e meu amigo também.


- Esquece agora o Vasco. – Respondeu-me.


Não tive tempo para mais e também o desejo não me permitia que controlasse a situação. As suas próprias pernas forçaram a abertura das minhas e praticamente apenas com uma única estocada o meu cuzinho foi perfurado totalmente por aquele bacamarte. Dei um grito pouco contido de dor e senti também um intenso prazer. Passados breves instantes fomos forçados a interromper a nossa acção perante o ruído de aproximação dos nossos colegas que chegavam com algum alarido, entre eles o próprio Vasco, Acontecia sempre meia hora depois de nós iniciarmos os nossos ensaios como estavam planeados. Vestimo-nos de novo rapidamente enquanto pude verificar que o chão do palco apresentava vestígios do meu liquido derramado onde segundos antes assentara o meu pénis.



O nosso coreógrafo para além de ser um gay muito vivido, era também um vanguardista com uma certa dose de loucura, de uma enorme criatividade e um profissional exigente e rigoroso. Em razão desses atributos, a nossa companhia era bastante solicitada para vários tipos de digressões apresentando periodicamente bailados completamente originais quase sempre bastante aplaudidos. Um dia fomos uma vez mais surpreendidos por outra das suas ideias com vista a uma coreografia para início da nova temporada. Em reunião começou por nos explicar a história que desejava transmitir no bailado que começaríamos a ensaiar no dia seguinte.


- “Meninas e meninos, não fiquem escandalizados com aquilo que imaginei para o nosso próximo espectáculo, pretendo apenas chocar o público e fazê-lo reflectir acerca dos novos tempos.” – Ouvimo-lo como sempre com atenção ao mesmo tempo que nos espantava.


Numa pacata vila conservadora, dois rapazes viviam entre eles uma forte paixão condenada e perseguida por uma franja muito minoritária, reaccionária, xenófoba, homofóbica e fascista da população local. No entanto, aquele amor resistia às gentes ordinárias da vila, pura e simplesmente desprezando-as apesar das provocações sérias de que eram alvo até ao dia que ocorreu o drama. Uma noite, os dois rapazes foram barbaramente torturados até à morte. O seu funeral organizado em conjunto pelas suas famílias resultou numa espontânea, comovida e grande manifestação de revolta e que resultou na proposta exigida pelos populares para que na rua onde ambos foram assassinados fosse erguido um pequeno e simples monumento evocando os seus nomes, as razões da sua morte e a condenação dos seus autores. Como que um apelo à igualdade entre os homens.


Esta era em suma a sinopse que nos foi relatada pelo nosso coreógrafo. Depois, com as suas indicações precisas todos pusemos com entusiasmo como sempre o fizéramos, “ corpo à obra”. A coreografia imaginada compunha-se por dois bailarinos solistas, os rapazes apaixonados, seis outros que eram os maus da vila, e por mais vinte e dois rapazes e raparigas que representavam o restante da população com papéis diversificados. O Jorge era considerado o melhor bailarino da companhia. Estava no auge da sua carreira e, não apanhou ninguém de surpresa o facto de ele ter sido escolhido para representar o papel principal da história. Em termos técnicos de bailado nada havia até agora sido feito que se parecesse com o que lhe era exigido. As capacidades físicas para aquele desempenho eram extremamente exigentes e até violentas. O Jorge teria sempre que dançar suportando o peso de outro bailarino, aquele que na história era o seu apaixonado. O nosso coreografo, para espanto de todos, criou em relação ao conjunto dos dois bailarinos uma figura singular e estranha. Os dois em palco teriam que aparentar um único corpo com duas cabeças. Para o efeito foi desenhado um macacão regata especial e resistente em peça única que serviria para vestir em conjunto dentro dele os dois protagonistas principais. O Jorge seria o bailarino que conduziria todos os movimentos transportando consigo o seu companheiro que dentro do fato ficaria de costas voltadas para ele com estas encostadas ao seu peito. Para completar esta figura sui-generis fui o elemento designado pelo simples facto de ser o mais leve da companhia. Não imaginava o trabalho que iria ter daqui para a frente mas que por outro lado muito haveria de me recompensar.


O plano de produção do espectáculo já havia arrancado. A sua estreia estava prevista para dali a três meses mas, dentro de 45 dias teria que ser feita uma apresentação visual do bailado à Administração da Companhia dada a originalidade do mesmo. Por agora começavam de imediato os ensaios. No que respeita aos mesmos e devido do nosso trabalho, eu e o Jorge ensaiávamos muitas vezes sozinhos e algumas na presença do nosso coreógrafo. Todos os movimentos mais complicados eram praticados a sós e até à exaustão para mais tarde o coreógrafo verificar se estavam a ser executados correctamente.


A primeira vez que os dois tivemos que vestir o macacão na presença dos restantes bailarinos a risada foi completa. Maliciosamente fomos escutando algumas “bocas” do tipo “Ai que ele vai dançar sempre empurrado” ou “Cuidado com a pressão exercida o macacão pode não aguentar e rebentar”. Até o Vasco, o namorado do Jorge, não dispensou a sua graça dizendo, “Oh querido, enquanto isto durar vou ter que te colocar aí à frente uma armadura apropriada por causa das tentações”, o que me levou a dizer-lhe para que não se preocupasse com isso porque eu não queria homens de outros. A risada completa, incluindo a minha própria, pois todos sabiam que sexualmente eu era muito activo, frequentemente aparecia e apresentava-lhes os meus novos e variados amantes de ocasião, muitos destes até comprometidos com outros parceiros tanto com homens como com mulheres. Alguns eram mesmo casados.


Certo é que tudo correu normalmente no princípio. Eu e o Jorge trabalhámos concentrados e arduamente para que tudo saísse perfeito e assim aquela figura resultasse em cena e com sucesso. A tarefa não era nada fácil sobretudo em alguns passos que, já por si são difíceis de executar a solo imagine-se agora por dois corpos presos um ao outro. A situação era mais complicada quando tínhamos que fazer o“Pas couru-corrido (três passos corridos seguido do passo trampolim para pular) ou, o “Pas de cheval”, (raspar a ponta do pé esticado no chão, pulando graciosamente e mudando de perna). Após muitas tentativas chegou-se à conclusão que melhor seria eu não estar calçado para apoiar os meus pés sobre o peito dos pés do Jorge que seria o único a calçar sapatilhas. Teve então que ser feita uma nova adaptação ao macacão com vista a esconder os pés de ambos. Com muita aplicação a pouco e pouco íamos conseguindo encontrar todas as soluções e que eram entusiasticamente aplaudidas pelo nosso coreógrafo e colegas após cada demonstração o que para nós era muito gratificante depois do intenso trabalho feito em conjunto.


Apesar da proximidade e do contacto dos nossos corpos nus apenas com slipes e cobertos em conjunto pelo macacão, nunca existiu de parte a parte outras intenções que não fossem apenas as de executar com entusiasmo o nosso trabalho. Tudo correu com normalidade e com espírito profissional até ao inicio daquela tarde.


Foi pois perante a minha surpresa mas, também com enorme agrado apesar do meu constrangimento inicial que, inesperadamente a meio daquele ensaio tenha sido penetrado pelo Jorge em cima do palco. A partir daí tudo começou a desenrolar-se de maneira substancialmente diferente sem contudo alguém da companhia entre bailarinos, coreógrafo e o companheiro do Jorge, o Vasco, se apercebessem de que existia algo mais suspeito entre nós os dois. Não sei mesmo que justificação o Jorge terá dado ao Vasco para que naquele dia em que tudo começou, eles não estivessem juntos à noite quer em casa de um ou do outro. Depois de muita insistência da sua parte devido aos meus receios fundamentados em relação à amizade que eu nutria pelo Vasco e pelas consequências que daí poderiam advir, uma vez mais não resisti à sua insistente solicitação de o receber no meu apartamento nessa mesma noite acabando ambos por adormecer juntos já muito de madrugada, como de uma “Lua de Mel” se tratasse e depois de tanta agitação sexual. O Jorge não era apenas forte e resistente profissionalmente. Também em termos sexuais fisicamente ele tinha uma capacidade fora do normal entre muitos que eu já havia conhecido. Supliquei-lhe nessa noite vezes sem conta para que se contivesse argumentando até mesmo com as nossas debilidades físicas para o trabalho do dia seguinte. Era a mesma coisa que não lhe dizer nada, para o Jorge parecia que o mundo terminaria naquele dia tal a sua fogosidade em me possuir. Horas depois eu parecia um “farrapo”, imensamente satisfeito mas muito debilitado em especial, apesar da minha experiência, nas bordas do meu cuzinho que foram alvo de tanto “amasso” e esfrega por parte daquele caralho irrequieto, enorme e sempre muito rijo. O Jorge era muito forte, muito competente e muito dedicado em todos os aspectos, não restavam dúvidas.


No dia seguinte, tal como previra o nosso rendimento no trabalho reflectiu-se significativamente, no entanto ninguém se apercebeu da situação. As nossas relações diante de todos os outros foram sempre bastante discretas, apenas eu, quando perante o casal Jorge/Vasco, vivia um nervoso miudinho que me condicionava na maneira como olhava para o Vasco mas que ele nunca percebeu.


Durante os dias seguintes tudo se desenrolou com a normalidade habitual exceptuando aqueles momentos que estava a sós com o Jorge. Aproveitámo-los para nos entregarmos loucamente um ao outro dado que estávamos pouco tempo juntos e muito raramente conseguíamos ter a oportunidade de voltar a dormir juntos em minha casa evitando assim as desconfianças que poderiam surgir por parte do seu namorado. Na maioria das vezes aconchegávamo-nos na sala de ensaios ou nos nossos camarins sem a descontracção que se exigia. Mantínhamos relações sexuais rápidas e limitadas sobretudo aos apalpões, carícias, beijos e sexo oral. Sempre que estávamos, mais à vontade com tempo e mais descansados, conseguíamos então ser afoitos ao ponto de haver sexo com penetração sobretudo quando após os exercícios de aquecimento vestidos com o macacão. Depois daquela nossa primeira relação que aconteceu no palco nunca mais usamos os slipes por dentro do macacão, ensaiávamos sempre nus sentindo agradavelmente o contacto entre as minhas nádegas e a sua zona pélvica. Este pormenor possibilitava de quando em vez, mesmo por debaixo do macacão e antes de iniciarmos o ensaio que o Jorge aproveitasse a situação para me enrabar um pouco mais à vontade pois, com a eventual chegada repentina de alguém, parando de imediato a nossa relação, evitaríamos a sua desconfiança. A tal ponto que uma vez o Jorge fez-me uma proposta completamente louca, queria num dos ensaios de conjunto com a totalidade dos bailarinos, fazê-lo com o caralho dele dentro do meu cu. Recusei achando aquilo demasiadamente doido mas, o Jorge que era de ideias fixas e teimoso, tanto insistiu até que um dia, num momento de maior “fraqueza” minha, minutos antes de começarmos a ensaiar, conseguiu excitar-se dentro do macacão na presença de todos. Fez com que ambos discretamente em pé movimentássemos os nossos corpos com alguma dificuldade até conseguir a penetração muito desejada. O meu coração batia acelerado. Eu temia que a excitação me fizesse esporrar manchando o macacão à frente criando assim uma mancha visível a qualquer pessoa que olhasse para aquela zona. Felizmente nunca o meu caralho enrijece quando estou a ser penetrado, toda a minha tesão fica concentrada no cuzinho porque, caso contrário, o volume natural ali mais acentuado dentro do macacão não passaria despercebido aos olhares curiosos. Valeu que a ideia do Jorge não foi possível manter durante por muito mais tempo apesar do gozo que estava a proporcionar aos dois. Graças à nossa concentração nos movimentos do bailado, aos passos e aos saltos que tínhamos que executar, para alívio meu, ele não conseguiu manter a erecção suficiente para que o seu pénis estivesse sempre aconchegado dentro de mim. Logo num dos nossos movimentos um pouco mais acentuados o seu caralho foi como que ejectado soltando-me sem que fosse possível fazer nova penetração. Disse-lhe baixinho:


- Bem-feito que é para não seres teimoso.


- Mais um pouco e esporrava-me completamente para dentro desse cu – Segredou-me ao ouvido.


Como eu já previra, a sua ideia era impraticável, ele próprio chegou a esta conclusão e não mais fez tal proposta. Valeu a experiência que criou uma certa adrenalina.


Os dias passavam e a nossa euforia era evidente não só pela felicidade alimentada pelo desenrolar desta nossa relação e as suas aventuras mas, igualmente pela proximidade da data de apresentação do bailado à administração da Companhia. Tecnicamente tudo estava quase perfeito, muito graças à persistência do nosso coreógrafo e à nossa entrega e profissionalismo dedicados ao projecto. Agora aperfeiçoávamos apenas alguns pormenores. A presença muitas vezes de um dos principais administradores na sala durante os nossos ensaios indiciava a garantia do aplauso do espectáculo pela totalidade da administração pois caso contrário não seriam aprovados os custos do orçamento relativos à construção de toda a cenografia que era rica, tanto em termos de adereços quer sobretudo nas projecções de vídeo extremamente espectaculares produzidos especialmente para o efeito.


Tudo corria tão bem que foi possível, por proposta desse mesmo administrador e em consonância com o nosso coreografo, a concessão de dois dias seguidos de folga uma semana antes da apresentação final do bailado.



O Jorge decidiu, para desanimo meu e do próprio Vasco, ir à terra visitar os pais. Ao seu namorado disse-lhe que só regressaria de manhã do próprio dia do reinício dos trabalhos, ficaria portanto duas noites fora e a mim prometeu o seu regresso na última noite dos dois dias de folga e que a passaria comigo. Aproveitei também o meu primeiro dia de descanso para ir ao cinema e sobretudo para descansar em casa dedicando muitas horas à leitura, ultimamente muito esquecida, em cima da mesa-de-cabeceira do meu quarto. No dia seguinte esperei ansiosamente pela chegada do meu querido amante para uma noite que eu queria muito romântica e sexualmente muito activa. O Jorge acabou por chegar a minha casa bastante mais tarde do que era previsível. Era praticamente meia-noite. Já não foi possível jantarmos em conjunto à luz das velas como eu planeara. Mal entrou disse-me que estava exausto devido à viagem e que se queria deitar para descansar e dormir. Tomou um duche e deitou-se na minha cama nu e de barriga para baixo com a face de lado e cerrando de imediato os olhos. Deitei-me com ele. Dirigi-lhe alguns mimos do tipo, “coitadinho o meu bebé está muito cansado”. Admirei a totalidade do seu corpo nu. Estava lindo. Pedi-lhe para lhe beijar as costas. Com o seu consentimento trepei suavemente para cima dele. A sua pele era de uma suavidade impressionante sobretudo nas nádegas. Os meus lábios acariciaram-lhe as orelhas e o pescoço, as faces da minha cara esfregaram as suas costas, o peito dos meus pés apoiaram-se na planta dos dele e o meu caralho assentou sobre o seu rabo tão apetitoso e macio. Ele não se mexia, fazia que dormia, o meu corpo esfregava-o docemente enquanto se mantinha o silêncio e a minha excitação aumentava ao ponto do meu caralho entesar totalmente. Fui invadido por um desejo nada habitual. Apenas uma única vez, aquando da minha primeira relação homossexual e quando só tinha 16 anos, havia penetrado outro rapaz numa relação inocente sobretudo da minha parte e própria da curiosidade sexual da adolescência. Nunca mais voltou a acontecer. Quando despertei para as minhas opções sexuais fui sempre o elemento penetrado nas relações. Estava agora a viver um momento único, desejava enrabar este meu novo amante. Ajeitei-me de forma a colocar o meu caralho entre as coxas do Jorge e muito próximo do seu ânus. Com as minhas pernas forcei a abertura ligeira das dele. Não encontrei qualquer resistência. Mantinha-se passivo. Depois de uma pequena procura tive a sensação que a cabeça do meu caralho havia encontrado o orifício do seu cuzinho. Devagar forcei a entrada. Finalmente ele reagiu perguntando-me:


- O quê que queres?


- Quero amar-te, querido – disse-lhe baixinho.


Prossegui com a minha investida. Devido à fraca lubrificação sentia alguma dificuldade em o penetrar. Creio que ele também não se descontraíra o suficiente e que era bem apertado. No entanto e graças à minha vontade e à rigidez forte do meu pénis naquela altura, abri-lhe ainda mais as pernas e forcei. Nesse momento ele soltou um grito de dor quando a cabeça do meu caralho finalmente penetrou as suas entranhas. Perante a sua aflição recuei e pedi-lhe desculpa. Por breves segundos deixei-o aliviado para, pouco tempo depois, tentar entrar suavemente. Desta feita já não o ouvi gritar mas apenas gemer com algum prazer. A pouco e pouco fui penetrando cada vez mais até chegar ao fundo. Ficamos assim por alguns instantes enquanto o beijava no corpo. Trocávamos alguns mimos com frases curtas. Estávamos a viver um momento raro e belo. Continuei a foder com suaves investidas. O seu apertado cuzinho proporcionava-me sensações únicas sobretudo quando a pele do meu prepúcio recolhia motivado pela acção dos meus movimentos. Fazia pausas regulares com vista a evitar a ejaculação que ameaçava acontecer a cada instante. Queria prolongar aquele momento. O desejo aumentava cada vez mais, desejava fazer crescer a intensidade daquela saborosa foda, solicitei-lhe que se levantasse de forma a ficarmos de joelhos. O meu tesão era agora enorme. Nesta posição podia ver aquilo que nunca consegui nas minhas relações sexuais. Os meus olhos fixaram-se no seu cuzinho e nas investidas do meu caralho e que a cada instante mais se acentuavam. Tal como na combinação dos nossos passos e saltos nas cenas do bailado, também aqui parecia existir uma perfeita sincronização dos movimentos e gemidos soltados por ambos. O meu orgasmo era ameaçador. Voltei a admirar de novo o seu corpo naquela posição denominada de canzana. Subiu a minha excitação quando fixei o meu olhar nos seus pés que se encolhiam conforme a profundidade das minhas penetrações. Aquela imagem de uns pés com os dedos ligeiramente disformes próprios de um bailarino profissional, fez com que eu já não suportasse mais o espasmo que ameaçava chegar nos momentos seguintes. O meu pescoço esticou-se e a minha cabeça ergueu-se para o ar de olhos cerrados na direcção do tecto, os dedos das minhas mãos apertaram como tenazes as bochechas das suas nádegas e depois de um movimento descontrolado que causou a total saída do meu caralho, soltei o primeiro jacto que lhe inundou as bordas daquele cuzinho agora aberto e completamente disponível. Voltei a penetrá-lo de imediato escorregando fácil e totalmente para dentro dele não desperdiçando mais qualquer gota do meu sémen que se armazenou por completo nas suas entranhas. Tive uma das mais prolongadas e intensas esporradelas da minha vida que me levou a uivar de tal forma que não deve ter passado despercebido à vizinhança. Quando acabou as nossas pernas lentamente deslizaram sobre os lençóis voltando a esticar os nossos corpos um sobre o outro tal como havíamos começado. Mantinha-me ainda dentro dele enquanto descomprimia e a pulsação acalmava. Voltei a beijar-lhe o pescoço. Aos poucos o seu cuzinho foi expelindo o meu caralho agora mole. Deixei-me cair de lado saindo de cima dele. A sua boca aproximou-se da minha e as nossas línguas enrolaram-se uma na outra. Apesar de uma maneira diferente afinal eu acabara de gozar tanto como quando era eu o penetrado. Confessei-lhe isso assim como ter sido esta a segunda vez que o fizera na minha vida. Fiquei a saber também que, apesar de acontecer muito raramente, o Vasco também o enrabava. Minutos depois ele acabou por adormecer mantendo a mesma posição e com o rego totalmente humedecido com o meu leite. Exausto, não demorou muito para que eu também cerrasse os olhos e o sono se tornasse profundo. De manhã fui acordado pelo aconchego e as carícias do Jorge. O seu pénis estava erecto e próximo da minha boca. Pedia-me para ser chupado. Brochei-o durante poucos minutos até que ele levantou as minhas pernas apoiando-as nos seus ombros enrabando-me e, encharcando com a sua esporra também as minhas nádegas assim como o meu cuzinho. Eu havia experimentado uma nova sensação enquanto ele se vinha quando as minhas mãos e os meus dedos se molharam também ao passar pelo seu cuzinho ainda completamente humedecido com os meus vestígios ali despejados poucas horas antes. Agora esperava-nos mais uma suave e saborosa esfrega num reconfortante duche. Loucamente os nossos cuzinhos, repletos de esperma que ainda se mantinha, foram ambos lavados com a ajuda das nossas línguas ao mesmo tempo que a água do chuveiro caía quente e agradavelmente sobre os nossos corpos. Estava na hora de regressar aos ensaios para mais um dia difícil e de intenso trabalho quando já só restavam cincos dias para a apresentação do nosso bailado.



Chegou finalmente o momento porque tanto ansiámos e para o qual trabalhámos arduamente. Na data prevista eram praticamente sete da tarde quando toda a Administração da Companhia se sentou na primeira fila da plateia para assistir ao espectáculo e decidir sobre o seu futuro. Nos bastidores era grande a azáfama como se de uma estreia para o público se tratasse. Após o aquecimento e, antes de eu e o Jorge vestirmos o macacão, beijámo-nos com carinho e com os votos de “muita merda”, termo utilizado no mundo artístico e que significa boa sorte e que tudo corra bem-. A execução do nosso trabalho foi simplesmente fantástica. A reacção na plateia, contrastando com a nossa felicidade pelo dever de serviço cumprido, foi estranhamente fria.


Todos perfilados no palco e frente à projecção final, aplaudimos entusiasticamente o nosso coreógrafo sentado ao lado da Administração que fez menção em levantar-se para também nos aplaudir com algumas lágrimas de emoção. Todos os bailarinos concentraram-se nessa noite num restaurante para comemorarmos o sucesso da nossa exibição. Custou-me na hora da despedida que o Vasco tenha ido dormir a casa do Jorge. Quando cheguei ao meu apartamento a tristeza invadiu-me mas acabei por adormecer facilmente na esperança de que proximamente estaríamos de novo envolvidos nos braços um do outro. Na manhã seguinte o nosso coreógrafo reuniu-nos a todos para surpreendentemente nos transmitir a não aprovação do bailado por decisão irreversível da Administração. Ficamos todos estupefactos. Nem queríamos acreditar no que ele muito tristemente nos transmitia ao ponto de nos comunicar também que perante a argumentação da Administração ele não pactuaria com a mesma e como tal já teria apresentado a sua demissão com efeitos imediatos. Era o fim. Em muitos dos nossos rostos escorriam as lágrimas como no meu e quando os meus olhos se cruzaram com os do Jorge reparei que ele mantinha uma certa serenidade. As palavras do coreógrafo foram muito duras de ouvir quando nos transmitiu as palavras proferidas pelo Presidente da instituição:


- A Administração da Companhia, depois de reunir em concelho, e tendo em conta a muito sensata opinião do seu Vice-Presidente, Dr. Armando Sousa, declara lamentavelmente, depois de tanto trabalho dos seus profissionais a quem desde já agradece sensibilizada a sua dedicação e o seu esforço que, não aprova a continuação e a futura exibição deste projecto pois o mesmo, demonstra uma imagem demasiadamente conotada com a causa gay e numa altura em que a mesma tem sido alvo de grande polémica que divide os cidadãos do nosso país, o que por esse facto, pode prejudicar gravemente a reputação e o bom nome da nossa prestigiada Companhia colocando em causa o futuro da mesma.


Nada disto foi escrito mas foi dito por eles directamente ao nosso coreógrafo que nos relatou a decisão. Filhos da puta, e sabíamos nós que a maioria dos membros da Administração eram paneleiros não assumidos, casados e até pais de família.


Eu nem queria acreditar no que ainda tinha que ouvir mais tarde mas desta feita por intermédio do Jorge.



O meu amante preferiu naquele dia não estar mais tempo com nenhum dos companheiros. Justificou a sua ausência com a tristeza que lhe tinha causado a recepção da triste notícia. Ligou-me ao princípio da noite do dia seguinte. Disse que precisava de conversar comigo. Uma hora depois estávamos juntos em minha casa. O seu comportamento denunciava um certo nervosismo. Não parecia o mesmo que estivera comigo nos dias anteriores. Manifestei-lhe essa minha impressão. Começou a falar com um pedido de desculpas pelo que me ia contar.


As suas palavras não paravam de me surpreender. Começou por revelar que as suas relações homossexuais não se limitavam às duas pessoas que eram do meu conhecimento, o Vasco e eu. Disse-me que desde uns meses atrás também mantinha relações com o Dr. Armando Sousa, o Vice-Presidente da companhia e que essa ligação acabou por ser a causa da não aprovação do nosso bailado. Sentia-se assim responsável pelo que aconteceu. Perante a surpresa mantinha-me calado e limitado apenas a escutar e tentar perceber toda a história. Contou-me então como tudo começara. Naqueles dias de folga que a companhia tinha gozado e que, ele dissera ter ido à terra para estar com a família, não correspondeu à verdade. Tudo teria sido diferente. O Dr., tinha-o convidado para estarem os dois juntos num hotel das redondezas pois era a sua grande oportunidade dado que a sua distinta esposa estaria ausente numa viagem de serviço ao estrangeiro. O Dr. fazia muita questão da companhia do Jorge nestes dias visto que nos outros, os encontros entre os dois aconteciam apenas por curtos espaços de tempo em casa do meu amante. Havia agora a oportunidade de uma situação de convívio com muito mais requinte e sossego.


O Jorge foi-me narrando as especificidades daquela relação. O Dr. era um paneleiro masoquista. Apreciava vestir-se, pintar-se e calçar-se de mulher, era um amante do crossdresser, adorava sobretudo ser preso e chicoteado com toda a força, constantes vezes solicitava ao Jorge para que este mijasse para cima dele, pedia também para que ele lhe introduzisse no ânus enormes dildos que o próprio os adquiria nas sex-shops e os levava para casa do Jorge e, ansiava ainda pela realização de um sonho, desejava um dia ver a sua mulher a ser fodida por dois ou três homens na sua presença. Ultimamente até já ia tentando planear um encontro em sua casa para um jantar a três com a esposa, ele e o Jorge mas, ainda não sabia como preparar a mulher e justificar um encontro para que se proporcionasse uma cena destas sem que ela reagisse mal ao ponto de até o seu casamento descambar completamente, situação que não lhe convinha muito perante o seu estatuto, família e amigos chegados. O Jorge demonstrava já um certo cansaço por toda esta bizarria. Não tinha qualquer interesse ou desejo em ter relações sexuais com uma mulher fosse ela mulher do Dr. uma outra qualquer. Ele só gostava de homens. O Jorge acrescentou então à sua confissão, o que mais me surpreendeu, desde há muito que recebia prendas e dinheiro oferecidos pelo Dr. O seu nível de vida reflectia isso mesmo. Casa bem apetrechada, roupas de marca compradas nas melhores lojas e o resto de uma vida desafogada. Apesar de ser o bailarino mais bem pago da companhia a diferença não justificava aquela ostentação. Habituara-se a tudo isso e quanto mais o tempo passava mais difícil se tornava acabar com todas os benefícios que daí advinham. Apesar das vantagens materiais mas, cansado daquela relação sem o mínimo de paixão, o Jorge decidiu colocar um ponto final em tudo e manifestou-o ao seu amante administrador que reagiu de imediato com a ameaça de que tudo faria para acabar com a sua carreira de bailarino naquela companhia e mais, o bailado que preparávamos nunca seria estreado enquanto ele fosse Vice-Presidente. O Jorge ainda pensou ripostar com a ameaça de o denunciar perante os outros administradores e a própria mulher mas acabou por não o fazer procurando não descer tão baixo quanto fizera o Vice-Presidente. Insultou-o simplesmente e definitivamente “deu-lhe com os pés” terminando com aquela relação apesar do preço que viria a pagar pelo seu acto. O resultado deu no que deu. O trabalho de todos foi por água abaixo. O Jorge pediu-me desculpa e também pediu por tudo para que eu nunca contasse fosse a quem fosse qualquer pormenor desta triste história para que assim mais ninguém se sentisse magoado.



Mantive o segredo até aos dias de hoje, passaram vários anos. Deixei de ver o Jorge a partir daquela noite. No dia seguinte despediu-se da companhia sem que qualquer um de nós tivesse de imediato conhecimento. Foi para França trabalhar numa outra companhia. Dias depois, o Vasco, dava-nos as primeiras novidades da nova vida do seu namorado e anunciava-nos que também partiria para se juntar e viver em conjunto com o seu namorado. A partir daí nunca mais soubemos de cada um deles. Desapareceram sem deixar rasto. Só agora na hora da minha retirada de bailarino e, depois de descobrir após uma viagem que fiz a França onde procurei saber deles, resolvi desvendar esta história de romance, sexo e injustiça. Sei que os dois abandonaram o bailado e que viajaram para os Estados Unidos para local incerto. Desprezei para sempre o Dr. Armando Sousa.



Enquanto me recordava desta história toda aqui sentado na sala o telefone voltou a tocar três ou quatro vezes sem que eu atendesse. Que saudades loucas volto a sentir do Jorge agora que recordei tantos e belos momentos. Sinto-me excitado. Estou descalço sentado com os pés sobre o sofá e as pernas cruzadas. Acaricio os meus pezinhos. Baixo os olhos e admiro o meu corpo. Uma das mãos começa a trepar-me. Assusto-me porque toca a campainha. Fico a tremer mas não me mexo. Deve ser ele, não o Jorge, impossível estar cá, está longe. É capaz de ser o Dr. que quer vir tirar satisfações. Tenho medo, até sustenho a respiração e evito barulhos. Decido não ir abrir a porta. E se não é ele? Fico revoltado de pensar no que perco se for uma das minhas habituais visitas com as quais passo excelentes momentos. Agora toca também o telefone. Quem está à porta do prédio e quem está a tentar ligar-me insistentemente? Maldito Dr.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ONDE PÁRA AQUELE DJ?

Conforme a idade avança sentimos o corpo quebrar. Se ainda apreciamos certos momentos da vida ainda não queremos que tudo acabe. Preocupamo-nos então em certos cuidados. Precisamos exercitar o físico fazendo algum esforço que não deixe acentuar tanto a preguiça. Necessitamos ainda de um corpo activo para viver os maiores prazeres da vida, a nossa sexualidade. Os gays sabem muito disso. As suas relações são tão intensas que os obriga a pensar assim. Mais cedo ou mais tarde ainda procuram fugir do fim. Os ginásios recebem-nos. Claro que não são um exclusivo deles. Ali cada um está na sua.
Não gosto de praticar exercícios muito forçosos mas aprecio aqueles que nos conseguem transmitir alguma prazer também, natação, bicicleta no exterior e aí também porque não umas calmas partidas de ténis. Os pesos cansam-me. Mas como aquilo que gosto de fazer na cama obriga-me a estar minimamente bem preparado, alguma coisa pelo menos tenho que fazer. Decidi inscrever-me num bom ginásio para nadar e assim pelo menos manter-me numa certa forma física de que ainda necessito.
Sendo quem sou não me coíbo de observar os corpos que se vestem ora se despem quando entro e estou nos balneários. A maioria não é atractiva. Também procuro ser discreto e lá vou olhando de relance enquanto me preparo. Apenas por duas vezes o meu olhar se fixou com interesse mais demoradamente. Um dia quando ao transpor uma porta dei de caras com um tipo completamente nu que também me olhou e que me fez desviar a vista para baixo ao mesmo tempo que observei o seu pénis que apesar de estar em descanso aparentava ter boas proporções. Creio que da parte dele só havia curiosidade em observar quem chega e que lhe aparece de repente pela frente. Talvez só eu teria outro tipo de interesse no olhar. Foi tudo muito rápido e mais nada se passou. Um outro momento marcou-me mais acentuadamente e que me faz viver algumas fantasias. Aquele negro não me sai da cabeça.

Estava um dia já vestido para sair dos balneários, quando ao caminhar pelo corredor onde se encontrava o meu cacifo e 3 ou 4 homens se preparavam, quando de cabeça baixa reparei num corpo negro. Fiquei intrigado até hoje pelo seu estado físico. Encontrava-se naquela altura completamente nu e o caralho estava ligeiramente excitado. Via-se que era avantajado e que na sua tesão máxima deveria ser enorme. Pareceu-me um tipo ainda novo e com bom corpo. Foi-me muito atractivo. Passei discreto perto dele sem dar nas vistas e saí. Cá fora ia entusiasmadíssimo com a visão que acabara de ter e a pensar naquilo. Não consigo esquecer aquele momento que, se as coisas tivessem que correr pelo lado que mais me convinha, me teria proporcionado no futuro momentos fantásticos. O meu raciocínio questionava-me.
-“O tipo não estava assim porque gostava de dar nas vistas e mostrar as suas potencialidades a um apreciador que por ali aparecesse?”-
Fiquei com dúvidas. Claro que gostaria de acreditar na minha ideia. Iria proximamente estar atento na esperança de o voltar a ver ali e dessa vez tentaria observar melhor e, até talvez, provocar uma situação conforme o desenrolar das coisas. Caso voltasse a acontecer de novo cena semelhante, gostaria que quando eu ali chegasse fosse surpreendido pela sua segunda aparição. Procuraria um cacifo perto dele, verificava o estado do seu pénis, despir-me-ia perto dele e à sua frente, tentando manter-me de costas para ele exibia-lhe agora as minhas nádegas. Momentos depois voltaria a olhar o seu pénis e se reparasse que tinha aumentado de volume, ou mesmo que ele o acariciava discretamente com a mão olhando-me nos olhos, não hesitaria em mostrar-lhe, também olhando-lhe nos olhos, o meu agrado e minha disponibilidade para, entre os dois, aprofundar o nosso conhecimento. Já nos havíamos denunciado agora era só procurar seguir em frente. A minha imaginação começou por criar o cenário ideal.

Um dia saímos juntos e cá fora combinámos um encontro a sós numa próxima oportunidade. Dadas as minhas restrições serem maiores que as dele, seria eu quem encetaria um contacto telefonicamente. Escusado será dizer que procurei organizar-me para que isso viesse a acontecer logo na tarde do dia seguinte. Era também o melhor período do dia também para ele, já que à noite ele estava ocupado em dar musica aos clientes de uma discoteca até às tantas de manhã com excepção de um único dia da semana. Mais para o meio da tarde ele tinha os dias mais livres dado que naturalmente dormia de manhã até bastante tarde. Para mim era extramamente difícil conseguir escapar-me uma noite para ir vê-lo trabalhar, esperar pelo final do seu serviço muito de madrugada e de seguida ir deitar-me com ele. Para o fazer tinha que preparar muito bem essa situação para concretizar um momento e umas noites assim. Mas para já começaríamos da forma mais simples. No futuro logo se veria se valeria a pena encetar outros planos que viessem a proporcionar as minhas pernoitas na sua companhia.
Ele vivia sozinho. Convidou-me para ir então ao seu apartamento na tarde daquele dia quente em que lhe liguei.

Conversámos circunstancialmente sentados no sofá da sala enquanto sentíamos o sol a aquecer o soalho do terraço graças à porta que se mantinha aberta e que ligava os dois compartimentos. Queixou-se do calor, levantou-se, despiu a t-shirt e as calças e deixou só ficar os slipes. Repentinamente disse-me:
- Está óptimo para um banho de mangueira ali fora no terraço. Despe-te também e anda.
Um pouco nervosamente lá me despi também. Caminhámos juntos para o terraço. A claridade quase que nos cegava. Soprava um bafo quente. Pegou na mangueira, abriu a água, deixou-a escorrer para cima das suas mãos e dos seus pés e disse-me para me despir totalmente para que me pudesse dar banho. Um pouco envergonhadamente tirei o fio dental ficando completamente nu à sua frente. Começou por me molhar os pés para me habituar à temperatura, foi aos poucos apontando a mangueira para cima até me obrigar a reagir um pouco histericamente quando me molhou o ventre. Foi quando me virei de costas para me proteger dos jactos de água que ele continuava a lançar-me. A situação e aquela frescura agradavam-me. Agora os meus trejeitos denunciavam já as minhas fraquezas, começava a oferecer-lhe o meu corpo. Molhou-me totalmente enquanto eu me esticava todo em bicos de pés e soltava uis de excitação. Colocou a mangueira no chão e entrou em casa rapidamente voltando sem demora com um frasco de gel de banho que me entregou para que eu me ensaboasse enquanto ele continuaria a banhar-me. Fui esfregando a espuma. Quando passei as mãos pelas nádegas procurei manter-me de costas para ele. Esfreguei-me aí mais demoradamente e provocadoramente.
Pediu-me para que eu me ajoelhasse. Largou de novo a mangueira, tirou o slipe que ainda mantinha vestido, aproximou-se de mim segurando o seu caralho já quase totalmente excitado, e surpreendeu-me quando começou a urinar abundantemente para cima de mim. Senti o seu quente escorrer na minha cara e no peito. Mantínhamo-nos silenciosos. Quando terminou voltou a banhar-me enquanto eu me ensaboava de novo. Continuava de joelhos mas agora ele colocava-se atrás de mim. Mandou-me inclinar mais o corpo para a frente o que fiz de imediato apoiando-me com as mãos no chão. Abri mais as pernas e senti que o jacto de água insistia em estar apontado ao meu cuzinho que aos poucos se ia abrindo e oferecendo. Voltou a interromper o banho para me dizer que ia buscar uma toalha e eu me pudesse secar. Fiquei surpreendido pela sua atitude porque cheguei a pensar que ele se preparava para me enrabar ali mesmo. Quando voltou entregou-me a toalha e banhou-se a ele próprio. De seguida embrulhou-se também numa outra toalha e convidou-me a acompanhá-lo até ao quarto.
Foi categórico na sua provocação. Deitou-se de costas, com a sua mão direita manipulou o seu caralho e ordenou:
- Anda cá e mama aqui. - Cumpri de imediato as suas ordens.
Comecei por acarinhar o seu pénis esfregando suavemente nele a minha cara, de seguida abri ligeiramente os meus lábios permitindo assim que a cabeça do seu caralho conseguisse entrar-me pela boca até que não demorou para que o abocanhasse totalmente e o chupasse sofregamente durante bastante tempo. Quando me engasgava, tal a profundidade da penetração ou, quando os meus maxilares se ressentiam devido à sua enormidade, limitava-me a descansar lambendo apenas os seus colhões para de seguida voltar a brochá-lo. Ele gemia ligeiramente e voltou a falar:
- Vá paneleiro, chupa isso até ao fim. Fica descansado que depois arranjo de novo forças para te rebentar com essa peida. - As suas palavras excitaram-me ainda mais.
A minha saliva era cada vez mais abundante, o seu pau estava cada vez mais duro e também eu gozava com todo aquele sabor graças a um dos mais belos caralhos que tive o prazer de brochar. Sentia pelos seus esgares e movimentos do seu corpo que o momento estava próximo. As suas primeiras gotas humedeciam-me ainda mais a boca cheia até que de repente ela se encheu de esporra. Não parei até sentir que ele não tinha mais para dar. Restou-me depois soltar-me deitando-me ao seu lado enquanto engoli tudo aquilo. As suas palavras eram agora mais meigas. Agradeceu-me aquela mamada fazendo manifestar as minhas impressões daquele momento:
- Adorei este broche – disse-lhe.
Estava longe de imaginar que aquele broche me tinha poupado um pouco de uma tarde fisicamente ainda mais esgotante pois se tal não tivesse acontecido certamente que o meu cuzinho não iria aguentar a fogosidade deste negro. Ele foi arrasador. Fez do meu corpo um autêntico farrapo. Não houve posição em que não fodêssemos, as suas investidas eram profundas e muitas das vezes violentas, em alguns momentos tínhamos que parar a meu pedido mas, não tardava para que ele voltasse à carga sem qualquer compaixão. Por três vezes se esporrou dentro do meu cuzinho, gastámos mais de metade de um frasco de lubrificante e fui suportando tudo aquilo porque entre tanta foda chupava-o de novo de forma a dar descanso ao meu cu massacrado por tanto caralho.
A conclusão que podia tirar era a de que o ginásio possibilitava tudo isto, a nossa resistência física. Não fossem os habituais exercícios certamente que os nossos corpos não aguentariam tamanha maratona.
De resto não sei se a imaginação de toda esta cena não estará demasiadamente exagerada e se a mesma seria possível na realidade. Tenho meditado muito nela. Já se passaram vários meses mas, aquele negro que, vi pela primeira vez no meu ginásio e que me desinquietou os pensamentos, nunca mais apareceu. Continuo a nadar, pode ser que um dia consiga descobrir por ali um “peixe” tão tentador assim.

(Escrito entre 10 de Outubro de 2009 e Janeiro de 2010)


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

CARTA DE UM CLIENTE

Durante a maior parte da minha vida fui sempre um pouco relutante em recorrer a um prostituto. Também nunca condenei alguém por o fazer ou se-lo. Aliás, no sexo são raras as práticas que repugno. O certo é que o meu instinto me provocou com a pergunta – “Se te apetece porque não?” – Ora aí está, se me apetecia porque não pagar a um tipo e procurar gozar tal como são as circunstâncias que aconteçam em cada uma das situações? Suspeito que de uma maneira geral esse tipo de relação acaba com uma pequena frustração por isso evitei chegar a esse ponto mas, sempre com o remorso de quem sabe se, na minha tranquila procura, não me surgisse um tipo que me fizesse “estremecer”. Sei que é difícil porque, tal só acontece quando “me dou” praticamente todo ao meu parceiro e sinta também nele a sua tesão por me estar a “comer”. Gosto de “me entregar” ao homem que me deseja. É isso que depois me leva a um “ponto alto”. Julgo que essas fundamentais condições praticamente não podem acontecer com prostitutos que ali estão apenas, não para se satisfazer mas tão só, a “prestar” um serviço para o qual são pagos e que de certa forma até compensam um pouco o desejo do seu cliente. Usam-se uns aos outros. Foi mais ou menos sempre assim que vi as coisas quanto a esta questão. Até porque, logo no princípio do meu desejo homossexual e, enquanto os amantes da minha vida não me foram aparecendo naturalmente, após ter decidido sair do tal “armário” famoso de que tanta gente fala, já havia feito a experiência de ter recorrido a um prostituto,(o mesmo das primeiras 3 vezes) mas que de certa forma fora uma ilusão. Fisicamente era fraco em todos os aspectos e até na cama durante a relação era praticamente dispensável dadas as suas “performances”. Nem minimamente dotado era. Um pouco frustrado após as minhas expectativas, de uma coisa que imaginara sempre como algo de bom, levou-me a ficar um tanto desiludido com aquela prática. No entanto, apesar de não ter sido tão entusiasmante daquelas vezes, a partir dali, tudo começou a mudar em mim. Já me iniciara na experiência para me sentir mais à vontade na aproximação a outro tipo de encontro que viesse a acontecer no futuro mas tentando que da próxima fosse dentro do espírito da partilha conjunta de prazer. Ficara a saber que era possível, bastaria começar a libertar-me um pouco mais. Decidi que o iria fazer dali para a frente e portanto iniciei a procura de diversas formas possíveis para a altura. Se não desse para encontrar algo diferente de como tinha sido da primeira vez, seria de novo com um outro prostituto. Os meus desejos acentuaram-se. Não demorou muito tempo para que tudo até fosse muito diferente e mais envolvente. Seguiram-se muitos mais ao ponto da minha “chama” nunca mais parar de se “incendiar” sempre em crescendo sem ter que recorrer a serviços cobrados, excepto quando visito saunas gays e procuro os serviços de uma massagem erótica feita pelo seu profissional qualificado.Houve homens que me “reviraram” todo. Passei a sentir-me preenchido sem necessidade de forçar as situações que vivera no início da minha homossexualidade, digamos que como aquelas, menos recomendáveis segundo a opinião geral das pessoas. Agora vivo constantes orgasmos proporcionados pelos amantes que me vão surgindo. Cada um deles é diferente mas todos me satisfazem à sua maneira. Sinto-me bem assim, sem compromissos fixos de parte a parte. Claro que um ou outro me merece mais atenção. A maioria foi desaparecendo. Felizmente tenho sempre alguém. Podia e gostaria de ainda manter um relacionamento com alguns que, por uma ou outra razão não deu para prosseguir. Também não foram assim tantos, 4 ou 5, eram bons e muito estimulantes como por exemplo, aquele que eu começara a temer por me sentir tão preso no acto sexual depois de ser sadicamente tratado por um tipo tão experiente e com muita noção do “fenómeno.” Apesar do “castigo” de que eu era alvo, preocupava-se em saber se o meu prazer ainda se mantinha, mesmo mantendo eu aquele ar um pouco assustado ao som de música clássica ou de Lou Reed misturado com o das palmadas ou reguadas e respectivos gemidos. É muito tentador mas os medos existem. Com medo tenho tendência a fugir mesmo que me apeteça estar presente para ver como é. Tenho dúvidas se por vezes não deveria ficar como neste caso específico.Com os amantes que com os quais vou mantenho maior aproximação lá se procura em conjunto espaço para cada um nós. Procuro dar-lhes aquilo que me dão. Mesmo assim parece nunca vivermos a satisfação plena, talvez isso justifique que de quando em vez nos sintamos “empurrados para diferentes cenários” dos habituais. São “apetites” que nos assaltam. Coloco a questão – “sim podes procurar outros não têm forçosamente é que ser todos como esse de que agora andas à procura”. –- “Pois é mas, o certo é que esse desejo começa a invadir-me frequentemente”. – Respondo-me assim na meditação. Penso que procurando tirar partido da experiência vivida em relação à minha sexualidade, tenho apenas que concentrar-me em cada momento proporcionado e desejado, vivendo-o tão-somente como aquilo que é. Se quero, se existe, se está à venda, se o posso adquirir, então porque não? Pode nunca vir a ser como queremos mas às vezes apetece-me comprar um homem. Não me interessa que seja prostituto, que quase todos são frustrantes, que não partilham o prazer e que por isso são muito remotas as condições para que eu goze. Não faz mal, acho no entanto que uma vez ou outra será possível sentir o prazer, quer pelas características do tipo, do seu saber, da sua competência e dos seus dotes, quer pelo meu momento em termos psíquicos e físicos. Se então depende, se então as dúvidas existem porque devo castrar-me? Quero avançar e aquilo será o que tiver que ser. Também não há assim tantas razões para considerar este tipo de relacionamento como uma autêntica anormalidade tão condenável. O que tenho que saber é se me apetece. Apetece-me. Começou a excitar-me aquela ideia que tenho da maioria dos prostitutos que, quando estão a "trabalhar”, naqueles momentos em que gememos em consequência das suas investidas nos nossos cuzinhos, se põem a dizer para dentro deles, - “toma lá seu paneleiro que pagas para isso”. Humilhar-nos com os seus pensamentos. Pensei um pouco e decidi percorrer por uns tempos esses caminhos. Concentrei-me na ideia de que não me devia preocupar por o parceiro não estar a gozar mas, aproveitar para só eu tirar o prazer por isso. É egoísta mas se não é isso que aquele homem quer porque não pensar só em mim? Posso até chegar a gozar. Solto as minhas preocupações e deixo-me ir até onde der. Vou fazê-lo daqui em diante. A decisão ficou tomada. Agora era só ir à procura. Como nestes casos existe a vantagem de não haver compromissos assumidos, aquilo que não prestasse punha-se logo de parte. Os que demonstrassem ser os melhores mereceriam rendimentos tantas vezes quantas eu recorreria a eles aproveitando mais aquele que melhores capacidades tivesse. Até se podia dar o caso de ter que recorrer a um só, bastaria ser ele um enrabador nato. Calculei que os devia haver por aí. Fiz-me ao caminho.Fi-lo sem pressa. Por enquanto ainda os posso tentar seleccionar. Fui conversando com eles através dos contactos que publicavam na imprensa oferecendo os seus serviços. Tentei confirmar verbal e directamente se confirmavam as suas excelentes qualidades que eram expostas nos anúncios. Aqueles que se diziam muito bem dotados mereciam logo a minha atenção mas não só, procurava também outros pormenores que pudessem ser igualmente interessantes. Analisava depois o timbre das suas vozes e a qualidade da sua conversa. Aos poucos, conforme os avanços, transmitia-lhes os meus desejos. Todos diziam-me serem capazes de mos satisfazer. Claro que procuravam angariar mais um cliente. Faziam o seu marketing. Diziam-me que seria aquilo que eu quisesse. Podia ficar descansado porque eles estavam lá para me servir muito bem. Falávamos também de preços. A sua conversa era tão promocional que alguns até me diziam, sem me convencerem devido à minha desconfiança, que eu os começava a excitar com a minha conversa e que gostariam de me conhecer melhor. Mas eu avisava-os das minhas exigências. Fui-lhes dizendo:- “Depois da primeira vez eu seria tantas vezes seu cliente conforme eu me fosse satisfazendo o que não era assim tão fácil.” Perguntavam-me alguns:
” Então porquê meu querido?”
“Porque sou muito difícil, não de me vir de diversas formas durante o acto, mas serem muito poucos os capazes de me fazer depois também esporrar.” – Esclarecia-os quanto ao que procurava caso prosseguíssemos os nossos contactos. Tentava assim incitá-los a aplicarem-se depois. Não se mostravam receosos quanto às minhas pretensões. Desconheciam no entanto que sou “osso duro de roer”. Com os primeiros, apesar de alguns até me satisfazerem um pouco, nenhum conseguiu no entanto deixar-me tão de “cabeça perdida“ perante as experiências. Em causa disso, não desisti de continuar à procura, e só manteria esses até que surgisse um bem melhor. Ia-os seleccionando.Para aí depois do quinto ou sexto homem, apareceu finalmente alguém que me surpreendeu muito agradavelmente logo desde a primeira vez que estivera com ele em sua casa. Era um daqueles homens que se quer sempre na cama quando o objectivo único se limita pura e simplesmente a entregarmos-lhes o nosso corpo conforme a loucura se nos vai apoderando até nos deixar em “viagem” alucinante pelo mundo maravilhoso. Fiquei com vontade de repetir vezes sem conta o que começara a acontecer comigo quando me abri para que ele me penetrasse e fodesse. Valia bem o preço exigido. Podia agora suspender por uns tempos a minha pesquisa de homens e os engates comerciais do passado. Este começou a ficar mais único. Sempre que podíamos e combinávamos lá nos encontrávamos para que ele me voltasse a fazer o mesmo de sempre. Mesmo que às vezes não chegássemos a tanto eu sabia que aquilo não passava de uma rara excepção. Na maioria das vezes eu ficava “completo”. Ele tinha angariado o seu cliente mais assíduo. Nunca entre qualquer um de nós se insinuou a mínima alteração com vista, mesmo que esporadicamente, ao quebrar dos compromissos assumidos entre os dois ou à mudança daquele tipo de relacionamento que se veio a manter durante mais uns meses desde a nossa primeira vez. Apesar de os nossos encontros serem muito frequentes, tudo era tratado praticamente da mesma forma. Era sempre eu que, quando me apetecia e podia, o abordava para combinar o programa que geralmente até era rotineiro em termos de situação. Umas vezes ia eu a casa dele, noutras ele visitava-me na minha, entabulávamos 5 a 10 minutos de conversa circunstancial, para logo de seguida ele me domar e satisfazer este seu cliente na sua plenitude. Terminado o seu “serviço” não tardaria que também imediatamente pouco tempo depois de efectuado o pagamento da sessão nos despedíssemos com um simples “até à próxima” ficando eu a “pairar” prolongando o êxtase recentemente vivido ainda por um bom par de horas. Houve até períodos em que eu não resisti a voltar no dia seguinte.Excepcionalmente fazíamos uma adenda ao nosso contrato. Acontecia sobretudo quando eu tinha alguns dias livres para poder fazer algumas viagens de passeio, quer a países com praias quentes, húmidas e pouco concorridas, ou a cidades referência. Convidava-o a acompanhar-me alugando-o pelo custo das despesas todas pagas, um valor diário correspondente ao que pagava nas sessões normais e mais um extra que contemplava 10% do conjunto do tal valor diário. Veio sempre. Como nestas circunstâncias andávamos mais descontraídos e a conviver de forma diferente ao habitual e, como nestes dias o contratara em termos de exclusividade, as sessões tinham outro encanto apesar de ele estar na mesma a cumprir as obrigações do seu trabalho.O seu corpo era robusto ao ponto de aguentar o meu em qualquer circunstância dominando-me por completo fosse qual fosse a posição do momento. Parece que fazia questão em explorar todas as posições em cada uma das sessões. Era bem dotado e o seu caralho enrijava-se com muita facilidade mantendo até à minha rendição a sua potente dureza. As suas introduções iniciais “abriam-me” loucamente porque sentia aquele pormenor característico do seu caralho que engrossava cada vez mais a partir da “cabeça” até à base. Sentia-me ser “rasgado” fazendo-me viver um primeiro espasmo quando acabava por fim de o receber totalmente no meu cuzinho delirante com tal rolo de carne. Soltava-me em relação à função do meu “serviçal” ao ponto de não querer saber se por acaso em algum momento sentiu prazer por me estar a enrabar, nunca sequer falámos acerca disso porque fazíamos questão em manter o status-quo do nosso relacionamento não querendo beliscar de forma alguma os compromissos assumidos desde o início. A maioria das fodas eram intermináveis. Raramente o consegui “partir” fisicamente antes que ele me fizesse esporrar perdidamente. Fisicamente ele estava muito bem preparado. Era o profissional que sabia cuidar de si. Estudava bem o seu cliente, analisava bem as suas exigências, detectava-lhe os pontos nevrálgicos que mais depressa o descontrolavam e aplicava-lhe toda a sua competência. Era sempre surpreendente, inconstante e bastante criativo. “Sacrificava-me” com as suas diversificadas investidas algumas das quais chegaram ao ponto de nos fazer deslocar a cama. Ele controlava o tempo e o modo de foder pelo desenvolvimento dos meus “ais” e gemidos que subiam de tom até aos gritos que assinalavam o meu “delírio” final. O seu cliente acabava sempre por ficar satisfeito pela qualidade dos serviços prestados por aquele competente profissional.

Querido, tu podias vir a ser esse homem. A nossa história de vida quase que podera ser tão semelhante como esta. Pelo que conheço dos teus atributos sexuais, reúnes as condições. Digo-o seriamente, não me importaria de ser o teu cliente. Claro que um pouco mais especial. Quando me pus a escrever mais um dos meus contos nunca imaginei que este poderia ter um final assim. Tudo está a ser escrito numa fase muito particular da nossa relação apaixonada e sentimental que há muito estagnou sem que alguém se sinta culpado ou responsável pela sua deterioração. Talvez a vida seja assim mesmo, muitas das vezes ninguém sabe ou percebe porque acontecem as coisas. O certo é que a vida vai continuando estejamos, mortos, vivos, tristes ou alegres. No nosso caso, é provável que nos sintamos por agora mais infelizes mas, não nos deixemos arrastar para um final ainda mais penoso. Sejamos um pouco mais sábios na forma de encarar a nossa sobrevivência. Não nos tornámos inimigos, desejamos manter uma certa ligação, sobretudo pelo que vivemos no passado, criemos então algo que ainda nos una e nos traga recíproco proveito. Sei que inicialmente irás pensar que tudo isto é mais um autêntico disparate da minha parte mas, por tudo o que já fomos, suplico-te, depois de assentar alguma da poeira por agora inconveniente, volta a pensar no assunto as vezes que forem necessárias. Tenta chegar à semelhante conclusão da personagem que relata a sua aventura neste conto sentido: "Se ele quer, se eu preciso, se até não o repugno, se ele paga, porque razão não hei-de aceitar?" Sei que no princípio não será assim tão facilmente que conseguirás interiorizares a outra personagem do meu conto. Assim te chegue tal decisão, é o meu desejo. A partir daí não poderás fazer mais de conta. Para que tudo se assemelhe ao enredo daquela história é mesmo importante que saibas assumir convenientemente o papel que te é proposto. O sucesso deste nosso novo estilo de relação dependerá sempre da tua dedicação profissional porque, não tenho dúvidas das tuas capacidades que poderão fazer de ti um tipo tão competente ou melhor que tal personagem. Fode-me que eu pago-te, vai-te saber bem receber merecidamente pelo prazer louco que proporcionarás ao teu cliente.
(Escrito entre o início de Junho e 11 de Agosto de 2009)

quinta-feira, 30 de abril de 2009

ATÉ QUE O CASAMENTO OS SEPARE


Estava eu exactamente a lamuriar-me uma vez mais à minha amiga, quando ele se aproximou dos nossos lugares onde estávamos sentados. Debruçou-se sobre mim e disse-me ao ouvido:
- Chega aqui comigo
- Estás a ver Carla, o quê que este tipo quer mais – dirigi estas palavras à nossa amiga enquanto me levantava obedecendo às ordens do meu mais recente amante.
Era muito mais novo do que eu, jovem de cabelos castanhos e compridas patilhas com um corpo robusto e agradavelmente dotado. Conhecera-o ali naquela mesma discoteca há cerca de uma semana antes. Logo à nossa primeira troca de olhares, da forma como ele me observou e, pelos meus trejeitos como reagi à sua tentativa de sedução, ficou imediatamente ali demonstrado qual o desejo de cada um de nós. Comermo-nos nem que fosse por uma só vez. Não tardou para que ainda nessa noite estivéssemos os dois na cama do meu quarto. Foi tão excepcional que a partir daí explodiu em nós um tesão tão permanente, quase insuportável, durante todos os dias e todas as noites ao longo dos últimos dias. Nunca eu conhecera um tipo tão insaciável como aquele tipo apesar dos muitos amantes que eu conhecera antes ao longo dos tempos.
Por essa razão, não me espantara nada, quando ele agora me convidava a acompanhá-lo, independentemente das condições do ambiente onde estávamos para o fazer, quisesse foder uma vez mais e poucas horas depois de termos estado toda a tarde naquilo e que, até começara logo pela manhã desse dia já depois de uma noite também bastante agitada de sexo. Os dias e as noites que passamos juntos depois de nos conhecermos, resumiram-se a pouco mais do que isto. O meu físico e, muito particularmente o meu ânus, estavam já a ficar um pouco debilitados de tanta acção.
A minha amiga não conseguia entender como eu aguentava assim tanto. Não apenas pelas minhas discrições que lhe fazia em relação aos momentos íntimos que eu mantinha com este amante mas, sobretudo quando me queixava do meu cuzinho, apesar de satisfeito, muito sentido e dorido pois mal tinha tempo para descansar a seguir a mais tantas investidas daquele forte caralho. Ela apercebera-se também pelos ruídos e gemidos incontidos que ouvia em qualquer parte da minha casa a partir do meu quarto quer fosse de dia ou à noite. Já tínhamos combinado há bastante tempo que naquela data ela estaria de férias em minha casa, tal como acontecera noutras. Apesar de ter dois quartos, a minha casa só tem a porta da rua. É arquitectada sem portas interiores e apenas com cortinas penduradas a esconder o interior dos compartimentos mais íntimos como nos quartos e casas de banho. Sobretudo à noite, como o quarto dela era ao lado do meu, perante tais circunstâncias, todos os nossos movimentos ali perto eram bastante audíveis. Apesar disso, a nossa longa e velha amizade permitia-nos estar à vontade sem grandes constrangimentos. Comigo, logo desde o princípio e, pouco tempo depois com o meu amante que se foi habituando e compreendendo a situação. Esta minha amiga era desde há muito a minha confidente a quem eu tudo contava acerca da minha vida sexual. Fazia-lhe a discrição de praticamente quase tudo falando-lhe das performances de todos os meus amantes, alguns deles também que ela tivera oportunidade de conhecer quando me visitava em alguns fins-de-semana ou de férias. A maioria deles nunca os tinha visto mas, nem por isso ela deixara de saber um pouco da sua história. Tínhamos muito gozo em conversarmos sobre estas coisas. Falava-lhe mais dos meus homens do que ela dos dela. Em relação a meu mais recente amante ela ficara surpreendida por tanta fogosidade da nossa parte e como era possível eu aguentar tanto. Perante as queixas de debilidade da minha parte após algumas sessões de sexo, muitas vezes ela me chegou a aconselhar:
- Porque não descansas pelo menos um ou dois dias, recusa-te de vez em quando, ele vai certamente compreender. Diz-lhe que estás aflito. Contenham um pouco os vossos desejos senão acabam mesmo por “rebentar”. – Era um bom conselho dada a intensidade sexual mas segui-lo, nunca o tinha conseguido fazer. Às vezes bastava a troca dos nossos olhares para logo a chama se incendiar e colar os nossos corpos um no outro até eu soltar alto o primeiro gemido na sua primeira investida. Eram cada vez mais loucas as suas penetrações fruto da sensibilidade a que o meu cuzinho já dorido se sujeitava. O prazer provocado fazia-me esquecer os conselhos dados e reflectidos. Só depois voltavam as minhas lamentações de tanta intensidade. Muitas das vezes dizia-me a minha amiga depois:
- Não és capaz de ter juízo. Acho que adoras viver nesse estado. Só te costumas queixar depois de muito gozares.

Tal como me tinha pedido, segui o meu amante sem saber para onde me levava. Passámos entre gente que dançava na pista, à frente do bar e pelo corredor que dava acesso aos lavabos. Antes de entrarmos deu as suas indicações.
- Logo que nós entremos, diriges-te para uma das retretes, trancas-te lá dentro e depois só abres a porta quando eu der três toques com o nó dos dedos. – Não disse mais nada e avançámos.
Lá dentro estava apenas um indivíduo em pé junto a um urinol. Havia duas retretes lado a lado e entrei na do lado esquerdo. O meu amante fez menção de disfarçar e dirigiu-se para um dos mictórios. Enquanto me mantinha em pé na retrete à espera do desenvolvimento da história, ouvi pouco tempo depois a água a correr do lavatório, de seguida o secador eléctrico das mãos e pouco tempo depois a porta dos lavabos a abrir e a fechar de novo. Calculei que fosse o tipo que ali tínhamos encontrado quando entrámos. Uns passos calmos avançaram na direcção da minha retrete, pararam junto da porta e fez-se escutar o sinal dos toques combinados. O meu amante entrou para junto de mim e voltou a trancar a porta. Colocou as mãos sobre os meus ombros fazendo um esforço mínimo para eu perceber que ele pretendia que me sentasse sobre o tampo da sanita. Como sempre eu obedecia a todas as suas indicações. Baixou um pouco as suas calças, pegou no seu pénis, apontou-o à minha boca e disse-me baixinho:
- Vá, chupa aí um bocado. – Molhei-o de imediato.
Não demorou muito até que ele estivesse já no máximo da sua pujança até porque, quando baixou as calças, o seu caralho apresentava umas dimensões muito razoáveis. Parecia que ele antes já o tinha começado a preparar para o que aí vinha. Não permitiu que o broche se alongasse por muito mais tempo. Surpreendeu-me porque cheguei a pensar que aquilo que ele pretendia não passaria mesmo de um broche completo no interior daquela retrete. Mandou-me levantar e pediu-me para que eu também baixasse as minhas calças e me virasse de costas para ele. Enquanto tal sussurrei-lhe:
- Queres fazer isso aqui, querido? Daqui a pouco já estamos em casa e mais à vontade. Vamos voltar lá para dentro para o pé da Carla.
Foi a mesma coisa que falar para as paredes. Molhou com a sua própria saliva o caralho apontado às minhas nádegas que foram ligeiramente abertas pelas suas mãos. De imediato iniciou a penetração sem compaixão por uma dor que eu pudesse vir a sentir. Trinquei o meu próprio braço para não gemer alto e evitar assim que, os indivíduos que entretanto foram entrando nos lavabos e até para a própria retrete ao lado, não pudessem ouvir. Apesar das suas constantes investidas ambos conseguimos manter um silêncio total interrompido só às vezes pelo som do esfregar das solas no chão quer dos sapatos dele ou dos meus conforme alguns movimentos mais bruscos daquela foda. Percebi a determinada altura pela sua respiração mais intensa e ofegante que ele não iria conseguir conter o seu orgasmo. De repente retirou totalmente o caralho e fez-me sentir nas bordas do cuzinho o líquido quente que derramava das suas entranhas. O despejar da sua segunda carga foi agora feito dentro de mim. A terceira de novo nas bordas. Ele divertia-se assim. Eu gozava loucamente. O momento parecia não ter fim. O seu orgasmo foi longo como eu nunca sentira antes com ele. O seu esperma era todo espalhado por todas as zonas do meu cuzinho. Foram vezes sem conta àquelas em que pensei tudo ter terminado quando afinal voltava a sentir mais uma introdução lenta da sua parte molhando-me ainda mais. A tesão não me deixou conter as palavras que lhe disse:
- Tanto querido? Pára.
Quando finalmente ele já não teve forças para mais, virei-me de frente e beijamo-nos longamente na boca.
- E agora? Como fazemos? – Perguntei-lhe enquanto puxava as minhas calças para cima e me recompunha.
- É melhor eu sair primeiro. – Desta vez sugeri eu.
Verifiquei que não havia grande movimento no resto dos lavabos, abri a porta da retrete e fui directo ao lavatório lavar as mãos. Entretanto, o meu amante continuava fechado na retrete.
Despachei-me primeiro e fui de imediato ter com a minha amiga Carla. Só me apercebi quando já caminhava na discoteca que não tive o cuidado de limpar pelo menos com papel higiénico o meu rego completamente encharcado pelo leite espalhado do meu amante. Sentia-o escorrer por entre as nádegas invadindo-me inclusive as partes interiores das minhas coxas. Contudo a situação não me incomodava e até mantinha a minha excitação conforme caminhava muito leve e feliz por entre as pessoas.

Sentei-me ao pé da Carla tendo o cuidado de fazer assentar as nádegas quase de lado, de tal forma que a levou logo a pensar que eu trazia o cuzinho mais sentido do que momentos antes de quando saí de ao pé de si seguindo o meu amante.
- Aposto que acabaste de ser comido agora mais uma vez? – Exclamou a Carla.
- Claro, é como vês, este tipo não me dá descanso. Foi mesmo ali em pé no WC e venho todo molhado com a sua esporra. – Confessei logo tudo sem constrangimentos.
Reparei neste entretanto que ele já estava junto do balcão do bar a pedir uma cerveja. Enquanto esperou que fosse atendido, fez-me sinal para eu consultar o meu telemóvel. Fui verificar e deparei-me com uma mensagem enviada por ele segundos antes e que dizia “Logo em casa não te laves. Quero comer-te assim como estás antes de adormecermos. Acordarás amanhã ainda completamente molhado.”
Geralmente as suas “ameaças” concretizavam-se. Esta foi mais uma delas. Dito e feito, em casa voltou a insistir no mesmo e só se pôs a dormir depois de me esporrar de novo com uma foda dada à "canzana" na minha cama.
Sem que ele reparasse e, antes que viesse ter connosco, mostrei a mensagem à minha amiga que exclamou logo que a leu:
- Vocês andam com uma tesão enorme. Aproveitem enquanto dura.
- Oh querida
– disse-lhe – Só que eu já não aguento tanto no meu cuzinho.
- Aguentas sim – desprezou ela as minhas queixas. – Daqui a pouco já te estou a ouvir gemer de prazer outra vez quando chegarmos a casa. – Acrescentou.
A Carla não falhou nas suas previsões. Pouco tempo depois estávamos em casa vivendo o mesmo que nas noites anteriores. Eu não conseguia mesmo resistir às tentações daquele homem que eu queria por muito tempo. Um homem verdadeiramente insaciável.

Na manhã seguinte pude finalmente, com um duche longo e agradável, libertar-me do cheiro intenso a sexo e, da pele bastante pegajosa sobretudo entre nádegas, coxas, cara e peito.
Saímos os três para almoçar fora em local agradável, junto ao mar e acerca de quinhentos metros de minha casa o que nos proporcionava dispensar o automóvel. Como a temperatura era amena e o sol mostrava-se sem magoar, fomos de seguida para uma esplanada também ali perto e ainda mais junto às ondas calmas. Prosseguimos com as nossas conversas variadas e bem dispostas. Ficamos por ali a falar durante muito tempo. Também às vezes espaçadamente com silêncios de conjunto, com cada um de nós entregue aos seus pensamentos denotando em todos e, ao mesmo tempo, uma tranquilidade bem-vinda.
Sem que nada o fizesse prever, depois de uns dos tais momentos em que só eram escutados vozes de longe e os sons do mar, a Carla surpreendeu-nos com a sua saída:
- Não tenho nada a ver com o assunto, admiro-vos muito, acho que andam cheios de tusa um do outro, mas permitam-me dizer-vos uma coisa, até porque temos muita confiança entre nós, vocês não andam a exagerar de tanto sexo? Eu sei que parece que nunca é demais mas, no vosso caso, parece-me que ultrapassam os limites. Ou estarei enganada? Pergunto.
Penso que aquela pergunta da nossa amiga tinha a propósito de, perante as minhas queixas físicas que às vezes lhe confessara, avisar sobretudo o meu amante para tanta intensidade sexual que já me quebrara. Dado que eu não era capaz de recusar qualquer uma das solicitações sexuais, a Carla, procurando salvaguardar-me, estrategicamente perante a questão posta desta forma, achava que assim o alertava para a situação e me ajudava.

- Temos-te incomodado não é? Desculpa lá teres que estar a ouvir os nossos sons e gemidos de todos os dias e de todas as noites. – Respondeu-lhe o meu amante.
- Não Alfredo, não tem a nada a ver com isso. Não me incomodam nada, estejam sempre à vontade, eu fico bem e isso não me chateia minimamente. Esses sons dão é para perceber que estão sempre nisso e, por isso digo que, vocês abusam talvez demais do vosso físico. – Mais um diálogo que se desenrolava entre os dois e que me dava prazer estar a escutar em permanente silêncio.
- Pode ser muito mas eu não acho que esteja a ser assim tão exagerado como dizes. Falo por mim e acho que ele pensa da mesma forma. – Disse o meu amante ao mesmo tempo que se viraram para mim. Mantive-me calado e de cabeça baixa. A Carla não esperou que eu esboçasse uma fala.
- Olha que ele às vezes diz-me que se sente “empenado” e que tu não paras. Além disso, pelo que oiço, ele tem gemido cada vez mais e bem alto – Prosseguiu ela.
- Gosto de o ver assim, geme de prazer e isso também a mim me dá muita tesão. – Com estas palavras da parte dele, mais eu baixava a cabeça como que envergonhado. Só não queria ter que falar, a conversa que continuasse entre os dois. Mas ele não ia permitir por muito mais tempo aquela minha passividade e acrescentou:
- Admira-me que ele se queixe a ti porque a mim não me diz nada. Nunca o vi recusar os meus impulsos. – Não é meu querido? Tu nunca me negas e, gostas muito que eu te entese e te coma. Vá, diz lá a verdade. – Exigiu-me delicadamente um parecer. Como não respondi de imediato adoptou uma estratégia ainda mais directa, dizendo:
- Olha Carla, para tu verificares que ele não tem razão de queixa e que, até gosta que as coisas estejam a decorrer assim, verifica a verdade dos factos. – Deixou de olhar para ela e dirigiu-se agora para mim.
- Agora mesmo, gostava que fossemos fazer amor lá para casa. Diz-me a verdade. Recusas este meu pedido? – Fiquei ainda mais embaraçado sem saber o que fazer depois desta pergunta. Claro que não queria recusar mas, também me chateava um pouco que, perante a Carla, afinal eu não soubesse bem o que era aconselhável, dado os costumes queixumes que eu muitas vezes lhe confessara. Acabou ela por me obrigar a falar da forma como se me dirigiu.
- Por mim está à vontade, se te apetecer ir agora com ele não te envergonhes por isso, até porque na nossa amizade já não há espaço para esse tipo de vergonhas. Faz como quiseres. Como a tarde está óptima eu fico aqui na esplanada à espera do vosso regresso. Não se preocupem comigo, se também já não aparecerem, vemo-nos mais logo. Diz lá, como queres decidir? – Calaram-se ambos de seguida não me deixando outro espaço de manobra que não fosse ter finalmente que falar. As minhas palavras foram totalmente esclarecedoras.
- Não, nós daqui a pouco voltamos. Eu e ele vamos até lá a casa e depois aparecemos para irmos dar um passeio de fim de tarde. – Fiquei à espera da próxima reacção à minha proposta.
- Pois, é claro que voltaremos. – Disse o meu amante ao mesmo tempo que se levantava da cadeira como que a indicar que era o momento então de partirmos.
- Vá, até logo meninos, portem-se bem. Eu vou estar por aqui. – Disse a Carla recostando-se à espera que partíssemos. Levantei-me também e, com um leve sorriso comprometedor, despedi-me dela.
- Até logo querida. Virei-me depois para ele e acrescentei:
- Vamos então amor?
- Vamos. Até logo Carla. – Disse ele por último antes dela se despedir de nós.
- Não se preocupem meninos. Ide lá. Até logo – Partimos.

O passo do meu companheiro era acelerado. Manteve-se calado praticamente todo o caminho. Suspeito que no seu pensamento apenas pairava a ideia do propósito que nos levava a casa naquela tarde. A sua fogosidade para o acto que se adivinhava era desde já indisfarçável. Eu não me enganaria nas minhas expectativas. Por um lado a situação excitava-me mas, por outro era aconselhável, depois de tanta acção vivida naqueles dias, que eu conseguisse amansar um pouco a “fera”. Não fui capaz. Nas duas horas seguintes a termos entrado em casa, o meu amante não me deu descanso e eu também não consegui resistir-lhe. Começamos por partir o jarrão de flores que estava sobre a toalha da mesa da sala de jantar, quando logo no início me obrigou a debruçar o peito e a barriga em cima da mesa ficando de pé com o rabo espetado pelo nível de altura da mesma. O desarranjo foi total. As minhas mãos e o meu corpo foram arrastando descontroladamente a toalha aos poucos, as minhas chinelas entretanto saltaram-me dos pés e tudo durou até ouvirmos o som de vidro a estoirar no chão acabando por nos assustar sem nos termos apercebido de imediato o que se passara tal era a absorção de tudo aquilo. A Interrupção seria por pouco tempo. Nem sequer dera para arrumar os estilhaços, a tarefa só aconteceria muito mais tarde com a ajuda da minha amiga Carla, enquanto o meu “guerreiro” descansaria no sofá da sala olhando para a televisão ao mesmo tempo que saboreava um refresco de laranja. Praticamente toda a casa sofrera uma desarrumação anárquica. A colcha da cama fora deitada para o chão do quarto, os lençóis soltaram-se deixando à mostra partes do colchão, algumas peças de roupa, que nos tinha servido durante o dia mas que já não voltaríamos a usar, ficaram espalhadas pelo corredor. As toalhas de banho estavam ainda deitadas no chão molhadas em consequência da água que saltara para fora da banheira. Até a minha palmatória de couro ficara em cima da carpete da sala de estar. Não sou capaz de perceber porque deixei a casa naquele estado quando fomos de novo ter com a nossa amiga. Se calhar no nosso subconsciente havia a intenção de permitir à Carla verificar, uma vez mais, que por enquanto a nossa paixão e tesão estavam ainda fora de controlo.

Anos mais tarde quando recordava com a minha amiga de sempre este romance tão aceso, ela não era capaz de entender como foi possível o Alfredo ter-se casado, com uma mulher de que nunca suspeitara de nada e que entretanto, a conhecera ainda durante a nossa paixão. Eu e a Carla fomos convidados especiais desse casamento. Mantemos hoje em dia uma forte amizade mas custa-me ter que aceitar o fim de uma história que nunca deveria terminar. Esta história terminou. Nada a fazer.

(Escrito entre 13 e 29 de Abril de 2009)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

VOAR DE ASA DELTA

- Olá querida desde há pouco, tudo bem? Pronto, sempre se confirma, vamos passar aqui a noite nesta terriola. Disseram-nos que amanhã de manhã às 9 em ponto partimos noutro autocarro que virá ainda esta noite para nos levar. Depois quando estivermos a 1 hora de chegar telefono-te para me ires buscar. Descansa e dorme descansada. Um beijo grande.

O meu forçado companheiro de quarto acabava de fazer esta chamada telefónica para a sua mulher. Fizera-o em pé, à minha frente, embrulhado na toalha com que se limpara após um reconfortante duche. Durante a conversa mantivera-se com o rabo sempre encostado a uma pequena cómoda que estava colocada ao fundo da cama e acerca de ½ metro desta. A perna esquerda sempre esticada sustentava-lhe o peso total do corpo já que a perna direita se estendia sobre a cama apenas apoiada no calcanhar. Estava agradável para se olhar. Só por breves instantes alterou a sua pose quando teve que ajeitar a toalha que se desapertara da cintura. Fê-lo rapidamente sentindo-se na obrigação de me dispensar da observação da sua nudez. Eu que também tomara o meu duche em primeiro lugar, mantinha-me deitado e coberto pelo lençol com as mãos cruzadas atrás da nuca olhando vagamente para tudo o que me rodeava. Claro que não me escapou o pormenor de ter aproveitado aqueles momentos para admirar o físico bastante tentador daquele individuo e, mesmo que muito rapidamente, o volume bastante acentuado do seu pénis caído naquele curto instante em que a toalha se abrira. Procurei estar discreto naturalmente.
- Isto é que foi uma porra. Já podíamos estar em casa com a família – disse-me ele após ter terminado a chamada para a mulher e enquanto se dirigia para o seu lado da cama.
- Agora não temos outro remédio – respondi sem saber o que mais dizer.

Apesar de termos convivido em conjunto naquela excursão eu não tinha travado conhecimento com aquele indivíduo apesar do o ver amiúdes vezes nesta viagem. Era a primeira vez que falávamos e nos encontrávamos mais próximos. Foram as circunstâncias imprevistas que nos conduziram a ficar juntos naquele quarto. Foi na última noite e quando regressávamos a casa após uma viagem de dois dias que um grupo de praticantes de asa delta fizera em excursão á zona mais montanhosa do país. Parámos numa vila para jantar e após a refeição, depois de várias tentativas feitas pelo motorista, o motor do autocarro recusou-se definitivamente a trabalhar. Estávamos a cerca de 5 horas do nosso destino. Apesar dos protestos habituais destas alturas feitas por alguns passageiros, o guia turístico, já depois de ter efectuado várias chamadas telefónicas, comunicou-nos qual tinha sido a melhor solução encontrada para sanar o problema. A agência encarregar-se-ia de enviar nessa mesma noite um outro autocarro para nos ir buscar mas que demoraria algumas horas a chegar ao local onde nos encontrávamos visto que nas proximidades da vila não tinha sido possível contratar um outro. Não havia outra solução, teríamos que pernoitar naquela vila. O guia viu-se entretanto confrontado com a falta de um hotel capaz de albergar toda aquela gente. Ficaríamos hospedados separadamente nas duas únicas e pequenas residenciais da vila que mesmo assim não tinham quartos suficientes para todos. Teríamos que ficar aos pares. O próprio guia organizou a distribuição daquelas pessoas que não faziam questão em ter como companhia determinada pessoa tal como foi no meu caso.

Tenho como hábito dormir totalmente nu mas ali, dadas as circunstancias de termos que compartilhar a mesma cama sem nos conhecermos minimamente, entendi por bem manter os slipes vestidos, até para não colocar algum constrangimento no meu companheiro daquela noite.
- Desculpe-me mas durmo sempre nu. Mas fique descansado que é a primeira vez que durmo na mesma cama com um homem. – Disse-o com aquela expressão de quem afirma este tipo de frase: – “É pá, está descansado que não há aqui paneleiros” - Justificou-se ao mesmo tempo que despia por último, os slipes que trazia e se deitava rapidamente ao meu lado mas mantendo as distâncias o mais possível afastadas.
Fiquei na dúvida se em primeiro lugar lhe falaria do facto de eu também dormir habitualmente completamente nu ou se da questão de ser a sua primeira vez que ele dormia tão próximo de outro homem.
- Então também me vou pôr à vontade porque também durmo sempre nu. Mantinha os slipes só graças a esta situação imprevista Com licença então. – Meti as mãos por debaixo do lençol mantendo escondida a minha nudez, despi os meus slipes e atirei-os para cima do tapete ao lado.
- Já que nenhum de nós leva a mal e não existe qualquer tipo de problema com o pormenor vou então dormir nu, dormirei muito melhor. Quanto ao facto de você me dizer ser a primeira vez que se deita com um homem desta forma tão próxima, já não posso afirmar o mesmo, já estive assim deitado muitas vezes em outras circunstâncias. – Acrescentei com a verdade.
- Acredito, nos colégios, na tropa. Eu nunca tive que passar por isso, nem o serviço militar cumpri. - Pôs-se ele a tentar adivinhar para depois acrescentar:
- Mas não foi por você ser paneleiro, espero eu?
- Por acaso até foi.
- Respondi prontamente. - Eu sou gay mas pode estar completamente descansado… os gays não têm por hábito seduzir quem demonstra não estar disponível a ser seduzido. Como você já sabe do que gosta em exclusivo tal como já pude verificar, durma à vontade pois eu farei questão do mesmo procurando também não incomodar quem que seja. Só lhe peço uma coisa, deixei-me ler, nem que seja por 5 minutos, antes de adormecer. É um dos vícios que não consigo largar mas é daqueles muito duradoiros e que só nos faz bem. – Mesmo sem esperar pela sua permissão, peguei um livro que antes já tinha colocado sobre a pequena mesa-de-cabeceira abrindo-o na página que ficara assinalada na noite anterior.
- Não há problema leia à vontade. Costumo adormecer facilmente. É só apagar o meu candeeiro e virar-me para o outro lado. – Disse-me ao mesmo tempo que se acomodava como afirmara.
- Obrigado, não vou demorar. Durma bem e até amanhã. Boa noite.
- Boa noite –
Finalizou ele aquele diálogo do acaso.

Poderia até se ter proporcionado outro tipo de conversa, não fora o facto de termos que forçosamente dormirmos juntos na mesma cama, mas não. Também não me parecia que tivesse sido intencional de parte a parte. Dadas as circunstâncias de como tudo se desenrolou naquele dia, ali estavam dois homens adultos de orientações sexuais diferentes, travando um conhecimento de momento, colocando as coisas no seu devido lugar e fazendo-se respeitar mutuamente. Podiam dormir descansados. Não era forçoso que pudesse acontecer algo de extraordinário por cada um ser quem era.

Enquanto eu lia, por duas ou três vezes ele se movimentou na cama. Senti que talvez o incómodo da minha luz o fizesse sentir dificuldades em adormecer. Faltava também apenas uma página para acabar aquele capítulo interessante. Quando por fim o finalizei e, também motivado pelo cansaço físico daqueles dias e daquelas viagens, entendi apagar também a minha luz para tentar igualmente adormecer.

Não passou muito tempo para que ele voltasse a falar já depois de algumas agitações inquietas de ambos na cama.
- Tenho a impressão que não vou lá mesmo com as luzes todas apagadas. Não consigo adormecer. – Fez uma pequena pausa para prosseguir depois em tom jocoso. - Você não é apreciador mas quase que lhe posso garantir uma coisa, se tivesse aqui uma tipa a brochar-me talvez eu acalmasse.
Lá estava o machão. Com aquela expressão não podia deixá-lo sem a resposta que se impunha da minha parte:
- Não pense que o quero convencer do contrário mas, vocês, os heteros, têm muito a mania que só as mulheres sabem chupar um caralho. Vê-se mesmo que falam sem conhecimento de causa. - Procurei assim esclarece-lo acerca de outras sensibilidades.
- Pois, mas não consigo sequer imaginar que um homem me pudesse chupar. Seria-me repugnante e nunca me excitaria. - Ele mantinha as suas certezas.
- Não pode falar assim dessa maneira, com tanta convicção. Insisto, acredite que não há aqui da minha parte segundas intenções mas, devo dizer-lhe que você nunca viveu essa experiência e está cheio de preconceitos. Aliás, como acontece com tantos outros como você.
- Não, não tenho dúvidas acerca disso. Ainda agora fiquei com o pau em pé só de estar a desejar que aqui estivesse uma tipa a fazer-me gozar, nunca me passaria pela cabeça a ideia de um homem. - Fiquei a saber que naquela altura ele estava excitado. Não o ia deixar mais uma vez sem resposta adequada e argumentada.
- Repito, não pense que me estou a oferecer para o que quer que se seja mas, tenho quase a certeza que, se mantivéssemos a escuridão do quarto tal como está, se você se abstraísse um pouco dessa ideia e se descontraísse e que, se eu fosse aí abaixo chupá-lo você manteria a sua excitação e até talvez a aumentasse. Sei que me vai dizer que não, que nem sequer pensar em tal coisa, só porque está com a ideia fixa de manter um conhecimento castrado.
- Hum!!! Seria muito difícil. – respondeu-me calmamente.
- Ah!!! Está a ver, já coloca as coisas no condicional. Disse “seria”. Pense um dia nisso mas agora tente dormir. Acalme-se, amanhã já estará junto da sua mulher. - Fiz-me de forte quando afinal queria antes continuar a conversar com ele sobre aquela temática.
Depois de passar quase um longo minuto de silêncio com cada um de nós entregue aos seus pensamentos ele surpreendeu-me tomando de novo a iniciativa de recomeçar o diálogo.
- Só porque estou cheio de tesão até era capaz de o deixar chupar-me só que eu fecharia os olhos com o pensamento numa mulher. Mesmo assim você iria sentir o pau a decrescer e iria depois ficar desiludido. – Percebi que aquele homem agora estava disposto a viver uma nova experiência da sua vida sexual. Agradava-me a ideia.
- Quer assim dizer-me que afinal até me autorizaria a brochá-lo nem que fosse só para confirmar essas certezas? – Senti neste momento que a situação já poderia tomar outro rumo.
- Gosta de brochar? Então tente-me lá para eu ver como é. – Estava assim autorizado. A situação era do meu inteiro agrado e sentia-me à vontade .
- Adoro, e deliro quando o parceiro “se passa” com o meu broche. – Respondi-lhe ao mesmo tempo que fui descendo até estar com a cara junto do seu pénis.
Agarrei-o com a mão direita, pude sentir-lhe o tamanho enorme e acariciei a sua glande com os meus lábios que não tardariam a humedecer. Aos poucos fui abrindo-os para que “ele” fosse entrado calmamente pela minha boca adentro. Comecei a molhá-lo enquanto a minha língua lhe rodeava toda a glande com movimentos diversos de forma a surpreender constantemente. Chupava-o umas vezes mais fundo que outras, soltava-o de vez em quando para que ele voltasse a sentir o calor da minha boca quando entrasse de novo. A minha excitação forçava-me a deliciar-me com aquele caralho aplicando ao mesmo tempo toda a minha competência de forma a tentá-lo fazer entrar também em transe. Estava cada vez mais duro e era já impossível tê-lo completamente cheio e completamente dentro da boca. Engasgava-me de vez em quando em consequência do seu tocar na minha garganta tal a profundidade das investidas e daquele tamanho. Respirava, suspirava e voltava de seguida a chupar ainda mais sofregamente.
- Hummmm, parece-me muito bem. - Foi a sua primeira expressão.
- Acha que estou a ser competente? – Queria ouvi-lo.
- Confesso que esse broche está a ser muito bem feito.
- Não tenhas problemas em dizer-me para parar quando não quiseres mais. – Provoquei-o.
- Podes prosseguir. Enquanto nos estiver a saber bem continuamos. Até estou aqui de papo para o ar a sentir descansadamente essa gulosice toda. Está-me a saber lindamente.

A determinada altura já sentia algumas gotas do seu sémen a libertarem-se na minha boca que começara a ficar salgada. Aproveitava para, tal como uma cobra, esfregar o meu corpo no dele. As minhas mãos apalpavam-no onde era possível, mordia-lhe as coxas e passava-lhe a língua desde o rego das nádegas até aos testículos. A sua respiração estava mais acentuada. Já soltava leves gemidos – “hummm, que bom”.
- Afinal o tesão até aumentou. Este caralho está um autêntico barrote. Mete medo até ao mais experiente . - Exclamei
- Tens razão, estou com uma tesão enorme. É um dos melhores broches que já me fizeram se não for mesmo o melhor. Nunca imaginei isto.
- Como vês os homens também sabem fazer estas coisas. Devias ficar-me grato por esta lição. Gostava muito de me sentar em cima dele. Já agora experimentavas tudo. Mas só se quiseres, claro. Posso? Quem sabe se não vais gostar também de comer um cuzinho esfomeado. – Apetecia-me tudo daquilo e como tal não podia deixar de fazer tão tentadora proposta.
- Faz como te apetecer. Logo se verá se vai ou não ser bom. Estou por tudo. - Respondeu-me.
- Vou só ali ao meu saco – Informei-o dos meus movimentos na escuridão do quarto. Nas minhas viagens solitárias transporto sempre comigo a minha “necessérie” de artigos sexuais. Essencialmente um pénis enorme de borracha que adquiri numa das viagens à Alemanha em uma das suas fantásticas sexi-shops, neste caso em Gelsenkirchen. Trago-o acompanhado de dois ou três tipos de lubrificantes variados em termos escorregadios e ardor, assim como, os imprescindíveis preservativos de qualidade comprovada, não se vá proporcionar um encontro com um qualquer parceiro e ter que se acorrer aos que forem necessários para satisfazer as necessidades do momento. Já havia acontecido por algumas vezes. Quando regressei à cama para junto dele, estava pronto a preparar devidamente o acto.

Confirmei a dureza do seu pénis. Abri as pernas para me sentar em cima dele. Apontei-o à entrada do orifício do desejo e comecei muito lentamente a escorregar sobre ele. Começava a rasgar-me.
- Tem que ser devagar. Tu és muito grande. – Queixara-me naquele momento em que aos poucos tentava introduzir-me totalmente na “cabeça” daquele caralho. Quando o consegui não foi possível conter um prolongado gemido de prazer e dor.
- Uiiiiiii que bommmm! – Manifestei-me assim para ele. Quase sempre, esta é daquelas fases em que sinto o primeiro espasmo, acontece sobretudo com aqueles que são relativamente bem dotados, exactamente como neste caso em que ele era dos mais bem “apetrechados” que eu conhecera até ali. Mantinha-se calado, apenas a sua respiração denunciava um certo prazer. Conforme me movimentava a vários ritmos em cima dele sentia molhar-lhe o abdómen com o esperma que o meu pénis ia soltando aos poucos. Foi assim durante largos minutos. Finalmente expressou-se:
- Ai, estou-me quase a esporrar.
- E eu quero que te esporres com todo o gozo. Vá, vem-te. – Supliquei-lhe. Para acelerar o seu orgasmo, saltei com mais intensidade e mexi os quadris com movimentos circundantes e constantes sem receio de magoar o musculo que me perfurava. Chegou a explosão. Senti-o gemer de prazer. Momentos depois, desmontei-me e de imediato, dirigi-me ao WC acendendo aí a única luz que passou a iluminar um pouco mais o ambiente do quarto. Encostei a porta.

Minutos depois quando regressei à cama para me deitar de novo, também ele se levantou de imediato para se dirigir ao WC. Enquanto o único som que ouvia era o de um urinar na sanita seguido de uma torneira a abrir-se, concentrei-me no meu delírio do momento. Quando depois voltou totalmente nu, deixou escapar um sorriso na minha direcção. Podia admirá-lo através da cortina de luz que provinha daquela que ficara acesa na casa de banho e iluminava agora um pouco mais o quarto. Voltou a deitar-se ao meu lado e, também virado para cima sobre os lençóis da cama. Não escondíamos agora os nossos corpos. Suspirou e disse-me com ar de satisfação:
- Isto foi mesmo muito bom.
- Ainda bem que gostaste. Eu continuo a pairar num gozo enorme. Que coisa fantástica para mim. Foi como tivesse encontrado o homem que eu queria. – manifestava-lhe assim a minha tesão que insistia invadir-me.
Durante mais uns instantes fomos mantendo uma conversa descontraída e agradável. Fiquei a saber que ele trabalhava numa agência de turismo, dava também instrução de asa delta. Estava mais ou menos bem na vida.
- Já que é única, gostava de aproveitar bem esta noite. – Fiquei com a ideia de que ele desejava recomeçar novamente um momento semelhante àquele que acabara de experimentar.
- Acho que fazes bem pensar assim. Quem sabe se até não pode ainda a ser melhor. – Contribuí assim para o inicio de mais umas carícias até ao ponto de o deixar de novo pronto para nova introdução.
- Agora vou querer que tu vejas tudo. – Disse-lhe isto enquanto acendia a luz de cabeceira e me colocava de gatas oferecendo-lhe de novo o meu cuzinho que seria de imediato acariciado pela glande quente do seu pénis. Começou logo por ser intempestivo. Tive que o acalmar um pouco com os meus ais que denunciavam uma certa dificuldade que eu sentia quando aquela larga, dura e enormidade queria entrar de uma só vez dentro de mim.
- Cuidado, mais devagar. – queixei-me mas sem deixar de o desejar. Fui-me abrindo e ele entrando fazendo-me viver o primeiro espasmo de prazer.
Por enquanto só eram escutados os meus gemidos constantes assim como frases que dizia esquecendo-me da vergonha pelo teor que elas continham. A força do acto não parava de aumentar, sentia-me quase que perdido. Agora começava também a ouvir os seus gemidos. Retirou-se totalmente para depois voltar a entrar de novo como já tanto fizera, levando-me a calcular que ele sempre aproveitava aqueles curtos instantes para me admirar até ao interior das minhas entranhas e, dado o estado das marcas deixadas por aquele bacamarte, não se conseguiam esconder tal a abertura a que eu tinha sido sujeito. Desta vez não consegui conter a pergunta feita num enorme estado de excitação mútua:
- Estás a gostar do que estás a ver?
- Estás bom. Estás todo aberto. – disse-me
- Sinto-me tão enrabado que não imaginas.
Os seus movimentos eram constantes. Umas vezes mais acelerados que outras. Acho que ele se esforçava a determinadas alturas por travar o seu orgasmo. Quando por ultimo me apercebi que ele se tinha decidido a chegar ao ponto, comecei também a manipular-me até explodirmos os dois praticamente ao mesmo tempo. Deixamo-nos cair sobre a cama ainda com ele sobre mim. Mantivemo-nos assim ainda durante uns instantes. Ao mesmo tempo que perdia a sua dureza que antes atingira o seu extremo, calmamente nos fomos libertando até ficarmos cada um do seu lado da cama em silêncio e a olhar vagamente para o tecto do quarto. Apenas tive forças para acrescentar:
- Ui, Meu Deus.

Minutos depois não tardou muito até que o cansaço se apoderasse dos dois. Adormecemos descansadamente. De manhã cedo ele foi o primeiro a levantar-se e a dirigir-se ao chuveiro. Dentro de momentos cada um de nós regressaria a casa. Pedi-lhe autorização para também entrar no duche e fazê-lo em conjunto com as desculpas de que queria adiantar os preparativos para nos despacharmos e partirmos. Coloquei-me de costas para ele enquanto recebia na cara a pressão da água do chuveiro. Comecei depois a ensaboar o meu corpo. Passei a mão por entre as minhas nádegas enchendo-as de espuma e de seguida acariciei-lhe o pénis também escorregadio dizendo-lhe ao mesmo tempo:
- Se não fosse o caso de teres que logo dar alguma assistência à tua mulher não te perdoava mais esta vez.
- Pois…- foi a resposta dele fazendo um esforço por conter a vontade já que o seu caralho dera sinais de começar a engrossar novamente.
Comecei a posicionar-me de forma a que ele não resistisse mais. O meu desejo não se condescendia com a sua mulher. Sem lhe dizer nada ajoelhei-me de frente para ele e comecei a brochá-lo.
- Só um bocadito mais – disse-lhe um pouco depois.
Não tardou muito até que ele mostrasse de novo toda a sua pujança. Levantei-me e tornei-me a virar de costas retomando o duche como que a dizer-lhe que estava disposto a fazer o que ele mais entendesse. Ficarmo-nos por ali ou abrir-me de novo para ele. Apesar de saber o que mais desejava entendi por bem deixa-lo decidir.
O meu cuzinho foi então aberto uma vez mais com uma penetração quase única ao ponto de me fazer soltar um aiiiiiiii. Não estávamos em condições de prolongar muito mais a acção. Mesmo assim os seus movimentos de vai e vem provocaram em mim um novo espasmo. Parámos. A água voltou a escorrer nos nossos corpos que voltavam a ensaboar-se. O seu caralho teimava em não murchar. Mantinha-se duro e muito levantado enquanto de vez em quando ele se manipulava a si próprio. Eu regalava a vista.
- Brocha-me só mais bocado. – Pediu-me.
Fi-lo de imediato e longamente. Sentia que ele fazia um esforço por não se esporrar mas ao mesmo tempo indiciava essa vontade. Demonstrei-lhe com a minha enorme gulosice que não me importaria de levar as coisas até ao fim. A determinada altura senti as suas pernas estremecerem enquanto a minha boca se enchia de leite. Pedi-lhe desculpa por o fazer esporrar-se ao mesmo tempo que ainda me mantinha de joelhos a acariciar-lhe a glande com os meus lábios e a minha língua. Retomámos finalmente o banho matinal e enquanto nos secávamos dei-lhe um beijo nas suas costas ainda húmidas dizendo-lhe carinhosamente:
- Gostei muito de ter conhecido.
- Adorei também esta experiencia inesquecível. Foste muito porreiro e desejo que sejas muito feliz na tua vida. Não me vou esquecer desta grande noite.
Dadas as circunstâncias da vida do meu mais recente companheiro de quarto daquela noite o nosso comprometimento e a nossa percepção da situação levava-nos a ser racionais, a encarar a vida tal como ela é e a não perspectivar cenários futuros. Em princípio, aquela teria sido mesmo uma noite única.
O pequeno-almoço que seria tomado em conjunto esperava por nós.

Durante a viagem de regresso cada um de nós manteve o mesmo lugar de sempre tal como acontecera nas viagens anteriores. Ele sentara-se 5 filas à minha frente. Não tínhamos possibilidades de nos olharmos. Voltamos apenas a conversar quando o autocarro fez uma curta paragem de 10 minutos para bebermos um café junto a uma estação de serviço enquanto lamentávamos o facto de aquela noite não ter possibilidades de voltar a acontecer mas querendo manter uma réstia de esperança de que uma futura excursão em conjunto poderia eventualmente acontecer. No entanto, sabíamos de antemão que essa possibilidade seria muito remota até porque de uma maneira geral a sua mulher viajava sempre com ele. Esta vez tinha sido uma excepção. A viagem prosseguiu pouco depois de nos termos despedido visto que a próxima seria a ultima paragem e junto dele já estaria a sua família. Durante os próximos quilómetros o meu olhar fixara-se vagamente na paisagem que ia ficando para trás enquanto recordava as horas anteriores que passara com aquele homem. Aproveitava alguns momentos para fechar os olhos e compensar o sono que me faltava. Sentia-me bem, o meu cuzinho ainda denunciava agradavelmente as marcas da noite anterior.
Quando chegámos ao fim da viagem, tal como o combinado, a sua mulher aguardava-o. Recebeu-o com um longo e apaixonado beijo na boca. Eu procurava ainda trocar um olhar discreto em forma de despedida mas ele nunca mais me olhou. Apesar de saber, por muito que nos custe que certos momentos da vida são únicos, o resto do meu dia foi passado envolto numa grande saudade em relação àquele homem que eu queria de novo dentro de mim. Agora só o tempo faria desvanecer a minha paixão sem no entanto jamais esquecer aquela excursão de praticantes de asa delta.

Dois dias depois o meu telefone tocou. Era ele.
- Olá, mas que grande e agradável surpresa!!! Como é que conseguiste o meu número? – Perguntei-lhe com o coração a bater aceleradamente.

(Escrito no Inverno de 2008)